terça-feira, 29 de janeiro de 2013

Bazingueiros não são nerds


Outro dia ouvi alguns fãs de The Big Bang Theory sendo chamado de Bazingueiros. No início achava que era implicância, mas depois do último episódio que vi, The Bakersfield Expedition, comecei a pensar nos tipos de fã que a série tem.

A comédia criada por Chuck Lorre e Bill Prady é uma das mais populares da atualidade. Seu elenco, em especial Jim Parsons e Kaley Cuoco, é um dos mais queridos e as temporadas recebem cada vez mais elogios. É inevitável não gostar de personagens como Sheldon, Penny, Leonard...

Entretanto, TBBT criou um novo tipo de nerd. Os nerds que só são nerds porque assistem TBBT. Exatamente isso. Idolatram os físicos e engenheiros da série, repetem algumas de suas piadas e bordões, andam com camisas com a estampa “Bazinga” e se intitulam nerds. Esses são os bazingueiros.

Ser bazingueiro é errado? Não. É apenas como ser um roqueiro que nunca ouviu AC/DC (a não ser nos filmes do Homem de Ferro) ou não sabe a importância dos Rolling Stones para a música.

O bazingueiro não sabe qual é a importância de participar (ou querer participar) de uma Comic Con. O bazingueiro não sabe distinguir o Hulk vermelho do verde ou do cinza. O bazingueiro não entende o porque de Sheldon, do alto de seu egocentrismo, não ter escolhido ser o Capitão Picard e sim o Tenente-Comandante Data, será que sabem pelo menos quem era o personagem de Brent Spiner? Eu acho que não. E isso tudo só para citar o episódio 13 da sexta temporada.

No final das contas, divido os fãs de the Big Bang Theory em três tipos:

- Os fãs que gostam da história, dos personagens e das piadas. E só.

- Os bazingueiros.

- E os nerds que se identificam com as situações, os pensamentos, as discussões... Enfim, os nerds de verdade, os que jogam ou já jogaram RPG, que adoram videogames, HQs, desenhos e cinema. Os que sonham em um dia estar em San Diego em uma convenção ou que marcariam com os amigos de ver uma versão de Indiana Jones com 16 segundos de cenas inéditas!

Que a série continue com seus fãs e que esta possa durar muito tempo ainda. Mas que fique claro: bazingueiro não é nerd!




quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

Genialidade Livre

Demorei dois dias para conseguir sentar e escrever um texto sobre Django Livre, o novo filme de Quentin Tarantino. Não que eu tenha ficado horas pensando na mensagem e nas referências do diretor. Essas coisas estão diretas e estilizadas na tela. Fiquei pensando no que eu realmente achei do filme. Explico.

Ao sair da sessão do western do diretor de Kill Biil, Pulp Fiction e Bastardos Inglórios, estava extasiado com o que vi. São duas horas e quarenta e cinco minutos acompanhando o escravo Django e seu libertador e companheiro de caça, o alemão Dr. King Schultz, em uma viagem pelo velho oeste a procura de Brunhilde, a esposa do protagonista, vendida para um fazendeiro chamado Calvin Candie. São quase três horas observando o horror que os negros sofriam, em uma terra quase sem leis. Claro, tudo isso é mostrado com a visão debochada, violenta e pop de Tarantino.

A violência, onipresente nas obras do diretor, está menor em Django Livre. Muito se discutiu sobre o quão violento era a obra, o uso de armas (ESTAMOS NO VELHO OESTE!), torturas, mas vi, o filme é muito menos violento que Bastardos, Pulp Fiction e Cães de Aluguel. A violência maior, a cometida contra os escravos, não é escancarada na tela e usada como um torture porn. Ela é filmada de ângulos mais intimistas, com cortes rápidos e explorando mais a tensão e aversão daqueles que lutam contra a escravidão e estão observando aquela situação durante a formação de um país. A cena do Dr. King relembrando a morte de um escravo, sentado na casa do assassino e com uma música de seu conterrâneo Beethoven tocando ao fundo é genial.

O elenco está sensacional.  O Django de Jamie Foxx, vai mudando durante a história do filme de uma forma sutil, mas que transforma aquele recém liberto, retraído e descabelado, num caubói dos mais fodões. Já o Dr. King Schultz de Christoph Waltz entra para a galeria dos personagens memoráveis de Tarantino. O caçador de recompensas é tão sofisticado e debochado quanto o Hans Landa, interpretado por Waltz em Bastardos Inglórios. Fica difícil não comparar os dois. O que mais me agrada no personagem é a sua construção como um europeu que foi para os EUA e que fica horrorizado com o que acontece em solo americano, mesmo que isso não possa transparecer para os outros.

Entretanto, o grande destaque do filme, para mim, está em Candyland. É na fazenda que residem os dois melhores personagens de Django Livre: Calvin Candie e Stephen. O primeiro é interpretado por Leonardo DiCaprio, um dos melhores atores de sua geração, e que aqui, faz mais um dos seus grandes trabalhos ao interpretar um fazendeiro dono de escravos de brigas e também de Brunhilde. O segundo é uma atuação sensacional de Samuel L. Jackson: um negro que está na família de Candie há algumas gerações e que, bom, só posso dizer que é muito mais do que apenas um escravo manco.

Poderia falar muito mais sobre filme. Falar sobre as referências aos grandes westerns de Sergio Leone, a fotografia, a excelente trilha sonora, o roteiro com os seus diálogos sensacionais e até mesmo sobre os elementos pop, que as vezes incomodam, mas que não chegam a estragar a nova grande obra do queixudo Tarantino. Isso levaria muito tempo.

O fato é que dois dias depois de ver o filme, chego ao veredicto: Django Livre é excelente! Não é o meu filme favorito do Tarantino, mas é um dos melhores.

Meus filmes favoritos de Tarantino:
1 - Bastardos Inglórios
2 - Kill Bill
3 - Django Livre
4 - Pulp Fiction
5 - Cães de Aluguel
6 - À Prova de Morte
7 - Jackie Brown

Ps 1: Atenção para as participações especiais e sensacionais de Franco Nero, o Django original, Don Johnson e do próprio Quentin Tarantino.

Ps 2: Mais atenção ainda para a cena com Jonah Hill e Don Johnson com a Ku Klux Klan. É uma, ou talvez a melhor, piada do filme. Genial!






terça-feira, 22 de janeiro de 2013

Detona, Disney!

Estava vendo um vídeo no Youtube no qual comentavam sobre o filme Detona Ralph e decidi escrever o que achei, mesmo já tendo visto há algum tempo.

Fui assistir ao filme sem pretensões nenhuma e saí do cinema tendo adorado o que vi. A produção da Disney Animation é tão cativante que em uma sala de cinema cheia de crianças o único barulho que escutávamos era o das gargalhadas dos pequenos e de seus pais.

A história mostra Ralph, ou Detona Ralph, um vilão de videogame que decide ser um herói. O grandalhão não aguenta mais ser jogado na lama no final da fase e ser excluído e temido por seus companheiros de fliperama. Decide então, entrar em outros jogos e ganhar uma medalha dourada. O problema é que não se pode ficar modificando as coisas no mundo virtual. Em uma dessas inserções Ralph conhece, em um mundo colorido e açucarado de corridas, a pequena Vanélope, um bug/tilt do jogo em questão. Lá, com muita comédia, ação e drama, Ralph entenderá o verdadeiro sentido de ser um herói.

O que vale destacar é que a Disney Animation conseguiu chegar próximo às animações da Pixar. Digo Pixar, quando me refiro a filmes como UP, Wall-E, Ratatouile ou aos Toy Story e não aos recentes Carros 2 e Valente. Esses Ralph esmaga com tranquilidade. A construção dos personagens é excelente, desde o pequeno herói Felix Jr. e seus traços de Mario até a atlética Calhoun e a agilidade e precisão de um Gear of Wars.

Outro fator que aproxima o filme com os produzidos pela casa de Woody e Buzz são os detalhes e as homenagens aos clássicos. O filme tem uma hilária reunião de vilões, numa espécie de Alcoolicos Anônimos que tem a participação de Bowser, Mr. Bison, Zangief, Fantasma do Pac Man, Dr. Eggman e tantos outros vilões dos videogames. Outras citações como a Grand Central Station de games divertem os pequenos, mas são referências claras para os pais e adultos que estão ali. O filme, principalmente o início, tenta alcançar sim os "barbudos" que estão no cinema.

E isso é excelente. Só prova que desenho animado pode agradar todas as idades.

Ps: Todas as cenas com os personagens de 8bits são ótimas, principalmente pelo detalhe de sua movimentação. E ainda tem uma participação especialíssima do Skrillex.

Ps 2: Vale destacar a dublagem do desenho. A voz de Tiago Abravanel caiu muito bem para o grandalhão Ralph e Rafael Cortez faz um bobão e engraçado Felix Jr.

Ps 2.: O curta animado, Paperman, que passa antes de Detona Ralph é sensacional! A história do rapaz que tenta chamar a atenção de uma garota, utilizando aviões de papel, é toda em preto e branco e muda. E não precisa mais do que isso para que torçamos para tudo dar certo.







sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

Expectativa 2013 - Star Trek Além da Escuridão

Em 2009 quando fui assistir Star Trek, reboot da série de TV/Filmes, dirigido por J.J. Abrams a expectativa era a de um cara que sempre viu as aventuras da Enterprise pela TV e que assistiu no cinema apenas dois filmes, todos com o elenco de A Nova Geração, da série. Pensava: agora sim vou assistir uma história com Kirk, Spock, McCoy... Mas ao mesmo tempo tinha o receio de os personagens não estarem com a cara e as atitudes de William Shatner, Leonard Nimoy ou DeForrest Kelley. Enfim, fui com meu tio, que me levou ao conhecimento trekker e ainda levei a minha namorada, que nunca viu nada de Star Trek.

No final do filme, quando os créditos começaram e a música tema da série original tocou, nada poderia ser melhor que o sorriso que estava no meu rosto. J.J. Abrams acabara de me apresentar um universo com os mesmos personagens, mas com uma nova cara. Uma cara de moderno, mas sem deixar a alma do antigo. Com um roteiro que envolve viagem no tempo e cria uma nova realidade (nada é mais sci-fi do que isso!!), o novo Star Trek se deu o privilégio de ter uma identidade própria, criar coisas novas e destruir coisas velhas. Vislumbrar a nova Enterprise, com um certo tom de Apple no design, era sensacional para mim.

Entretanto, o maior acerto do primeiro filme, na minha opinião, e consequentemente cria mais expectativa para a continuação é o elenco. Chris Pine tem todo o heroísmo e canastrice do Kirk de Shatner. Karl Urban é assombroso na semelhança com os trejeitos de Kelley com o seu McCoy. O Spock de Zachary Quinto é ótimo, mas na minha opinião, não conseguiu chegar ao nível dos outros. Zoe Saldana, como Uhura e o sempre excelente Simon Pegg, como Scotty, além da dupla Sulu e Chekov, de John Cho e Anton Yelchin, são excelentes e todos têm seu grande momento no filme.

O filme realmente era da tripulação, o que acabou deixando o vilão Nero, feito por Eric Bana, mais fraco. As participações de Winona Ryder e do Spock da "antiga realidade", Leonard Nimoy, só deixam o filme melhor.

Mas vamos ao que interessa, o que esperar de Star Trek - Além da Escuridão (Star Trek Into Darkness)?

Eu estou esperando MUITO do novo filme! A história ainda que mantida em sigilo, já apresenta em seus trailers que haverá uma vingança. O personagem de Benedict Cumberbatch (Sherlock) quer se vingar e ao que tudo indica, provocará o caos na Federeação. Muito se especula se ele será o grande vilão Khan Noonien Singh. Abrams nega. Sites especializados afirmam que é.

De certo temos que Abrams só vem amadurecendo a cada novo filme. Depois de uma grande homenagem aos filmes dos anos 80, com Super 8, o diretor ainda produziu Missão: Impossível - Protocolo Fantasma, o maior sucesso da franquia protagonizada por Tom Cruise.

Com o sucesso do primeiro Star Trek, Além da Escuridão tem uma missão bem maior. Dar continuidade ao reboot de 2009, agradar aos fãs do original e, agora, aos novos fãs de Kirk e da Enterprise. E olha, tô achando que vai conseguir, hein?

Ps.: O FILME AINDA TERÁ A PARTICIPAÇÃO DOS KLINGONS!




terça-feira, 15 de janeiro de 2013

Senhoras e senhores, estamos de volta...

Sim! Sim! Sim!

Depois de quase dois anos desativado o blog está de volta!!! (Aeeeeeeê, grita a plateia!)

E vamos começar com o texto que fiz para outro blog, o Metafosfato, sobre o novo filme do Ang Lee, As Aventuras de Pi.

Muito mais que um filme com bichos

A verdade é que Ang Lee sabe contar uma história. Já tivemos chineses voadores, Hulk e até dois caubóis (o símbolo do macho norte americano ) tendo um caso de amor. Com Pi, Ang Lee conta uma história de esperança, amizade e principalmente de fé. São esses três elementos que acompanham Pi por toda a sua aventura.

Quando acabei de assistir As Aventuras de Pi (Life of Pi) a sensação era a mesma de ter feito uma viagem em que vi animais, culturas diferentes e paisagens deslumbrantes. Ang Lee fez, na minha opinião, um dos filmes mais bonitos dos últimos tempos. E digo bonito no sentido do colorido, das imagens cristalinas e por que não da história ? Um conto fantástico de um jovem que, em sua mudança da Índia para a América, acaba ficando à deriva no mar com um tigre.

O trabalho de fotografia do filme é deslumbrante. Todas as cenas no mar são absolutamente bonitas. Desde a mais colorida, como as algas reluzentes e o nascer do sol, até as mais cinzas e escuras, como o naufrágio e a segunda tempestade. E o 3D é usado da melhor forma desde Avatar. As cenas dos peixes voadores e da tentativa de Pi de domar o tigre Richard Parker são sensacionais!

Richard Parker é um destaque a mais no filme. O tigre, horas digital e horas de carne e osso, mereceria estar, junto com o Gollum, em um Oscar especial para personagens digitais. O carisma do tigre conquista a plateia tanto quanto Pi, em uma ótima atuação de Suraj Sharma.

Ainda não vi os outros concorrentes ao Oscar, mas se todos seguirem a qualidade de Pi, a disputa será boa esse ano.

É isso galera, quem gostou compartilha com os amigos e se quiser comenta aí.
Abraços!