quarta-feira, 24 de fevereiro de 2016

O Regresso

A maior curiosidade das pessoas que assistiem ao novo filme de Alejandro G. Iñarritu não é se o diretor vencedor do Oscar no ano passado voltou a fazer um bom filme, mas se o seu protagonista, Leonardo Di Caprio, está realmente numa atuação que finalmente lhe renderá a estatueta dourada. Sim, o ator está muito perto de receber seu primeiro prêmio da Academia por mais uma grande atuação. Aqui, graças ao excelente trabalho feito na parte física, já que seu personagem tem pouquíssimas falas.

A história conta a saga de Hugh Glass, um explorador americano que, após sofrer um ataque de urso e ficar em estado grave, é enterrado vivo e tem seu filho assassinado pelo homem que ficou responsável por cuidar dele até o fim.

O Regresso é um filme visualmente impecável, seja na maquiagem, no figurino, mas principalmente na fotografia de Emmanuel Lubezki que, junto com DiCaprio e Tom Hardy, são os grandes destaques do filme. Acostumado a trabalhar em filmes com Terrence Malick, Lubezki traz para a história seu gosto pelos elementos da natureza. As árvores ganham grande destaque. O olhar do diretor de fotografia constantemente aponta para o alto e poucas vezes encontra onde acabam os galhos, nos mostrando a grandeza e a força do mundo que nos cerca. Além disso, faz tudo filmando com luz natural, o que traz mais veracidade ao filme, principalmente na escuridão da noite, onde o fogo é única iluminação.

Outra de suas marcas também está presente em O Regresso: os planos-sequências, técnica que empregou de forma magistral em “Filhos da Esperança” e “Gravidade”, com Alfonso Cuarón, e que foi excessiva no ano passado, com o “Birdman” de Iñarritu. Esses dois últimos lhe renderam dois Oscars consecutivos. A cena inicial de O Regresso é um grande exemplo de como a técnica, quando utilizada na medida correta, pode criar excelentes momentos.

E as melhores partes do filme estão nas mãos de Leonardo DiCaprio. Desde a tão falada cena do urso aos momentos de martírio, o ator realiza um grande trabalho entre grunhidos, gritos de dor e olhares que vão do medo ao alívio e do sofrimento ao sentimento de ternura. DiCaprio atua com a mesma destreza de dois anos atrás, quando chamou a atenção de todos com o falante Jordan Belfort, em O Lobo de Wall Street, mas foi esnobado pela Academia. Tom Hardy também tem uma ótima atuação, como um sujeito que, acima de tudo, não quer mais estar naquele lugar inóspito.

Iñarritu faz um belo filme, melhor até que o premiado Birdman, mas que ainda carrega seus excessos. É tudo tão bonito, tão bem orquestrado, que o diretor, que não esconde de ninguém o tamanho do seu ego, precisa deixar sua assinatura escancarada na tela. Talvez o mais incômodo desses momentos seja quando o protagonista está sozinho na imensidão de gelo, sem ninguém, sem comida, quase morrendo e então vira para o lado, respira e embaça a câmera. O diretor dá o seu recado: “olha, ele não está sozinho. Eu estou aqui filmando ele”. São detalhes como esse que trazem para seus filmes a antipatia que o diretor gera em entrevistas e eventos, mas felizmente eles não têm força para estragar a sua obra. Ainda.

quinta-feira, 14 de janeiro de 2016

Creed – Nascido para Lutar

Durante a produção de Fruitvale Station, longa independente que chamou a atenção dos críticos para Michael B. Jordan e o diretor Ryan Coogler, a dupla teve uma ideia: fazer uma continuação para saga de Rocky Balboa, mas com foco na família Creed. Os dois foram ao encontro de Sylvester Stallone, apresentaram a história e o filme entrou em produção. Sim, os fãs do “Garanhão Italiano” ficaram preocupados com o que estava por vir. Mas agora, depois da estreia, a verdade é que o resultado não poderia ser melhor. “Creed – Nascido para Lutar” não é apenas parte dessa trajetória, é um dos melhores filmes entre todos os sete.

Assim como aconteceu com o fenômeno “Star Wars – O Despertar da Força”, a nostalgia é o combustível para contar a história de Adonis Johnson, filho de um caso extraconjugal de Apollo Creed, pouco antes de sua morte. Essa nostalgia nos é apresentada logo em uma das primeiras cenas, quando o personagem de Jordan assiste uma das lutas entre Balboa e Creed e começa a repetir os golpes. Qual fã da série nunca fez o mesmo? E quando Stallone aparece pela primeira vez, ali onde o deixamos em “Rocky Balboa”, cuidando de seu restaurante e seguindo a vida na Filadélfia, a luta secreta entre o “Garanhão” e o “Doutrinador”, que marca o final de “Rocky III” vira assunto de conversa, deixando no ar uma pergunta que nunca foi respondida: quem venceu? A sensação permeia todo o filme. Sendo com cenas marcantes reeditadas, sendo em detalhes como um letreiro, uma roupa ou a citação de uma música das trilhas sonoras clássicas quando Rocky diz: “it’s you against you”, lembrando “Burning Heart”, do Survivor. 

Por mais nostálgico que seja, o novo filme tem suas particularidades. A cultura das ruas e o hip hop invadem a tela e Coogler filma a Filadélfia da mesma forma que é feito em um filme independente, com a câmera passeando pela cidade, mostrando detalhes do cotidiano, até encontrar os protagonistas. Completamente diferente é a forma como o diretor constrói as cenas de luta do filme, já figurando entre algumas das mais empolgantes de todos os tempos. A primeira luta oficial de Adonis é simplesmente espetacular. Construída como um plano sequência, a câmera sai do corner e percorre o ringue colada nos lutadores, trocando de posição a cada soco, afastando quando necessário para mostrar os movimentos e quase encostando nos atores para mostrar detalhes de cortes e hematomas.

Um dos grandes méritos do filme está no carisma de Stallone e Jordan. O novo protagonista vem se destacando em cada novo filme e já é um dos queridinhos de Hollywood. Seu personagem carrega o peso da infância sofrida, mas sem deixar que a mão pese no drama. Já o veterano merece o Globo de Ouro que recebeu e merecerá o Oscar que está indicado. Stallone entrega toda sua paixão por Rocky com uma naturalidade que fica difícil distinguir quando estamos vendo Balboa e quando vemos Sylvester. A cumplicidade dos personagens é de amolecer o coração até de Ivan Drago ou Clubber Lang. Quando a dupla decide seguir junta, cada um com sua batalha particular, e afirmam seu valor, sem medo do passado, Rocky Balboa e o agora Adonis Creed são imbatíveis.

Assistir ao filme numa sala de cinema lotada, com pessoas de diversas idades vibrando e aplaudindo ao primeiro acorde de uma música é de arrepiar. “Creed – Nascido para Lutar” pode ter sido pensado como mais uma continuação da história de Rocky. O que Coogler, Jordan e Stallone talvez não desconfiassem é que estavam produzindo o início de um novo futuro para a saga. Na verdade, fizeram mais. A nova história é uma renovação para o legado de Balboa.

segunda-feira, 11 de janeiro de 2016

Spotlight - Segredos Revelados


Vivemos em uma época de notícias instantâneas e efêmeras. Cada vez mais os grandes veículos de comunicação disponibilizam contatos de Whatsapp e outros canais que viabilizem ao público o envio de fotos, vídeos e notícias. Mas o que era uma aproximação entre as ruas e as redações acabou servindo para que os jornalistas não precisem levantar de suas cadeiras. Esse material é veiculado com apurações rasas, com erros ou informações incompletas e muitas vezes esquecidos no dia (ou mesmo nas horas) seguintes.

É com esse cenário atual que “Spotlight – Segredos Revelados” estreia nos cinemas brasileiros sendo obrigatório para qualquer jornalista ou comunicólogo do país. Ao apresentar o trabalho de uma pequena equipe que passa meses apurando denúncias graves, a fim de criar matérias que contestem e cobrem a verdade das instituições investigadas, o filme é um soco no estômago tanto pelo lado da trama quanto pela vontade de ler ou ver algo tão importante assim na nossa mídia (e pelo que tenho lido em sites estrangeiros, na imprensa lá de fora também).

O filme, baseado em fatos reais, conta a história da equipe do jornal Boston Globe, que, em 2001, passa a investigar abusos cometidos por padres e um esquema lucrativo de escritórios de advocacia que defendem a Igreja católica. Antes do desenvolvimento da investigação somos apresentados à cidade de Boston e aos personagens da redação, cada um com sua particularidade: o jornalista com sangue nos olhos, que não quer largar de lado nenhuma pista sequer, a neta que acompanha a avó nas missas, o pai de família, os editores carreiristas e o novo chefe, que chega de fora sem o peso dos moradores da cidade para apontar o dedo na ferida que todos tem noção, mas ninguém tem coragem de falar.

Spotlight acerta ao escolher rostos desconhecidos para interpretar os personagens que sofreram abusos, tornando seu sofrimento mais real. As duas primeiras histórias são contadas em detalhes e as expressões das vítimas e dos jornalistas se completam, aumentando a angústia. A escalação dos personagens principais também é ótima, com destaque para o tipo esquisito e cheio de energia criado por Mark Ruffalo, o “macaco velho” feito por Michael Keaton, o forasteiro de Liev Schreiber e o advogado descrente, interpretado por Stanley Tucci.

A dinâmica do filme cria tensão com cortes rápidos nas cenas investigativas e nos planos mais abertos, mostrando a dominação da religião na cidade. As torres de uma das igrejas praticamente engolem e dominam  toda a tela ao mostrar de longe uma pequena varanda. Em um momento o filme faz uma pausa na correria dos personagens e foca uma TV que noticia os ataques terroristas de 11 de setembro. É a direção nos dizendo: sim isso aconteceu, é de verdade e estava ocorrendo ao mesmo tempo que você via essa mesma imagem.

O trabalho feito pelo diretor Tom McCarty é magistral. Um filme que, assim como o clássico “Todos os Homens do Presidente”, deve ser mostrado e debatido nas faculdades de jornalismo. Ao final do filme, nós que também sabemos que atrocidades como as contadas ocorrem dia após dia embaixo de nossos narizes, nos deparamos com diversos sons de telefones tocando na sala do Spotlight, pessoas que querem gritar e contar aquilo que as aflige, pessoas que querem confiar no poder da notícia. Em seu último take, o filme deixa de lado o Prêmio Pulitzer que a equipe venceu para mostrar apenas o legado de um jornalismo bem executado.

quarta-feira, 1 de abril de 2015

Esperando a sétima marcha - Velozes e Furiosos

O ano era 2001. Lembro de ir ao cinema e ver um cartaz branco com uns rostos desconhecidos, uns carros coloridos e um nome maneiro: Velozes e Furiosos. Como morava em uma cidade que não tinha cinema, minha oportunidade de assistir filmes na telona era só quando vinha ao Rio. Não consegui ver o filme na estreia, mas quando consegui assistir em DVD aquilo foi uma das coisas mais legais que tinha visto. Carros modificados, perseguições com veículos passando embaixo de carretas e a carranca de Vin Diesel. Em pouco tempo, uma onda de fotos e revistas sobre carros modificados começou a tomar o tempo dos moleques no recreio do colégio (e das aulas também). Todos eram especialistas em tunning, Sparco, NOS, carros rebaixados, neon, mas principalmente: todos queriam dirigir como Dominic Toretto e Brian O´Conner.


Quatorze anos depois, Velozes e Furiosos virou uma franquia, passando por uma transformação a cada filme, novos personagens e terá a estreia do seu sétimo filme. E quer saber? A história da “família” Toretto só tem melhorado e a expectativa para o novo capítulo é alta.

O primeiro filme foi um marco na cultura pop, trazendo a moda do tunning para fora dos pegas e corridas clandestinas. Na história, o policial infiltrado Brian O’Conner (Paul Walker) entra para a gangue de Dominic (Vin Diesel) para descobrir se o chefão dos rachas é o responsável por uma série de assaltos à carretas com equipamentos eletrônicos. No meio tempo Brian se apaixona por Mia (Jordana Brewster), irmã de Toretto, e pelo estilo de vida que o grupo leva. As cenas de perseguição são sensacionais e, as já mencionadas, ultrapassagens por baixo das carretas são de deixar o primeiro de muitos “WOW” da série.

Com o sucesso, a Universal tratou de correr atrás dos astros para a continuação “Mais Velozes, mais Furiosos” (2003). Sem Vin Diesel, que foi filmar “Triplo X” com o diretor de “Velozes”, Rob Cohen, e o segundo filme da trilogia Riddick, o filme buscou novos personagens para fazer companhia a O’Conner. Entra para a trama Tyrese Gibson e seu Roman Pearce, brutamontes marrento e cheio de gracinhas, além de Tej, interpretado por Ludacris. O filme empolga menos que o primeiro, inclusive nas cenas de ação.

Com a esfriada da sequência, muito atribuída pela ausência do agora grande astro de ação Vin Diesel, os produtores da série jogaram a série para o outro lado do mundo e adicionaram um novo elementos às corridas, o Drift. “Velozes e Furiosos: Desafio em Tóquio” (2006) é uma história com personagens novos, com o objetivo de reaproximar a franquia dos adolescentes e jovens que só querem sentar e assistir corridas, mulheres em trajes mínimos e no final tudo fica devidamente acertado. Na história, o adolescente problemático Sean Boswell (Lucas Black) é enviado pela mãe para morar com o pai na capital japonesa após mais uma passagem pela delegacia. Em 15 minutos no novo país, Sean já encontra novos companheiros de corrida, mas agora em pistas com curvas fechadas e que exigem do protagonista um conhecimento em drift. Mais um personagem é adicionado na série: Han (Sung Kang), morto em uma perseguição com o vilão do filme. Han será um elemento importante para o que está por vir. Mas como?

Já no início de “Velozes e Furiosos 4” (2009) temos a certeza de que a série mostrará o que os fãs queriam: a volta de Dominic Toretto e companhia. E quem está ao seu lado em um roubo de gasolina? Han. Sim, o personagem morto no filme anterior está de volta. Na trama, após a morte de Letty (Michelle Rodriguez) Dom se infiltra na gangue de um traficante para encontrar o assassino de sua amada. Ao mesmo tempo O´Conner, agora no FBI, também quer pegar o responsável pelo crime. Os personagens voltam a se encontrar e começa aqui a virada da franquia, deixando de ser apenas filmes de carro e corrida para produções de ação, missões em equipe e com uma linha do tempo estruturada, com ganchos para as próximas continuações. Mais alguns personagens são adicionados como a futura Mulher Maravilha, Gal Gadot, e os parceiros latinos Tego Calderon e Don Omar.


Nas duas produções seguintes, “Velozes e Furiosos 5: Operação Rio” (2011) e “Velozes e Furiosos 6” (2013), a franquia perde o medo de se assumir como filme de ação surreal, com carros pulando de pontes, roubando cofres inteiros, perseguindo tanques, entre outras cenas que só melhoram a cada novo capítulo. Junta-se a isso a reunião de todos os personagens já citados e ainda Dwayne Johnson, como o Agente Hobbs, que corre atrás dos Torettos e depois tem que formar aliança para capturar um terrorista que possui uma equipe semelhante a dos “mocinhos”. Mas a grande sacada do último filme é colocar a cena da morte de Han (falei que seria importante) como a ligação dos filmes com o terceiro, colocando-o como último filme da linha temporal e servindo de ponta solta para a sétima parte.

Infelizmente, durante a produção do último filme, Paul Walker morreu em um acidente de carro e o filme teve que ser paralisado. Vin Diesel e toda a equipe se reuniram com os irmão de Walker e contrataram a Weta Digital (O Senhor dos Anéis) para ajudar a colocar Brian nas últimas cenas que faltavam.

A expectativa em torno do filme é alta. Especialistas preveem que o filme será a maior bilheteria da franquia, batendo recordes para essa época do ano e figurando entre as grandes arrecadações da história. Mesmo que isso não ocorra, o sucesso de “Velozes e Furiosos” é a coroação do carisma de Vin Diesel e Paul Walker, numa franquia que após uma escapada na curva, engatou a quinta marcha, apertou a injeção de NOS e está explodindo meio mundo e criando um entretenimento de primeira qualidade.

Ah, o sétimo filme estreia dia 02 de abril e terá no elenco os já clássicos Vin Diesel, Paul Walker, Tyrese Gibson, Dwayne Johnson, Michelle Rodriguez, Ludacris, Jordana Brewster e Lucas Black, que ganharão a companhia de Jason Statham, Ronda Rousey, Tony Jaa, Djimon Hounsou e Kurt Russell.


Acho que até a galera de “Os Mercenários” pensaria duas vezes. 



Fast and Furious - Poster










segunda-feira, 7 de outubro de 2013

Gravidade

Um ambiente redondo, um corpo encolhido flutuando e uma espécie de corda na altura barriga ligando a fragilidade ao lugar seguro. O que poderia ser apenas a imagem de um bebê dentro da barriga da mãe, torna-se uma das cenas mais icônicas e belas de Gravidade, novo filme de Alfonso Cuarón.

O diretor mexicano apresenta a história da astronauta Ryan Stone que, em sua primeira viagem ao espaço, acaba em uma das piores situações possíveis. Após um acidente com detritos de um satélite destruído, Ryan fica à deriva no espaço, com pouco oxigênio e sem comunicação com a Terra. Contar mais do que isso é estragar um dos melhores filmes que vi nos últimos tempos.

A capacidade com que Cuarón consegue contar uma história simples, mas tão envolvente e angustiante, a ponto de não dar tempo de desviar o olhar da tela, é impressionante. Aqui, o diretor de E sua Mãe Também..., Filhos da Esperança e O Prisioneiro de Azkaban consegue canalizar tudo de melhor na sua filmografia e expandir ao máximo. Os planos-sequência, marca do diretor, são o ponto alto do filme. A primeira tomada, que começa mostrando a Terra e aos poucos aproxima-se do ônibus espacial, acompanhando todo o trabalho da equipe de astronautas, é sensacional. E dura uns 10 minutos! Claro, em um filme onde quase tudo é computação gráfica, fica muito mais fácil disfarçar os “cortes”. Mesmo assim, os planos contínuos impressionam muito. Vários deles, inclusive.

Impressiona também, a atuação de Sandra Bullock. Sozinha quase a maior parte do tempo, a atriz tem espaço para garantir a sua indicação ao Oscar do ano que vem. Insegura, apavorada, corajosa e deprimida são algumas das sensações que sua personagem passa. E nessa gama de diferentes emoções, Bullock consegue o melhor desempenho com a sutileza. Nos pequenos detalhes que nos levam a pensar como aquela mulher sairá dessa situação.

Gravidade é um filme para ser visto no cinema. E em 3D! O som do filme é excelente e muito bem feito, alternando momentos de barulho, silêncio - já que não há som no espaço -, respiração ofegante, batimento cardíaco e aqueles alertas do tipo VAI DAR MERDA. No final, com todos os seus simbolismos e significados, chegamos ao único momento em que a trilha sonora realmente aparece mais forte. É como se Cuarón dissesse: acorda! O filme acabou. Solta da cadeira e vai para casa.

Que filme sensacional!


Ah, o George Clooney está no filme como o comandante do ônibus espacial. É aquela coisa, ele interpreta o George Clooney de sempre, só que dentro de uma roupa espacial. E isso não é ruim.








segunda-feira, 23 de setembro de 2013

Ô-Ô-Ô-Ô! ROCK IN RIO!

E o Rock in Rio acabou nesse domingo, dia 22 de setembro.

Depois de sete dias de muitos shows, o festival termina com um saldo muito positivo. Vou listar os principais pontos positivos e negativos do evento em si, além dos melhores shows, surpresas e decepções.

Bora lá!

Estrutura:

Ficou muito claro para quem esteve na edição passada e na desse ano, que a diminuição do público fez muito bem ao Rock in Rio. O tempo para entrar na Cidade do Rock até as filas para comprar comida e bebida diminui. A circulação dentro do espaço, mesmo que dificultado pelos grandes grupos que sentavam ou deitavam na grama, também foi mais tranquila.  Até os banheiros, que sofreram com falta d’água e com filas, tinham um fluxo tranquilo.

Outro destaque foi o sistema de transportes para ir e voltar do festival. O esquema de ônibus fazendo a ligação com o terminal Alvorada e de lá distribuindo para o resto dos destinos foi acertadíssimo. A quantidade de ônibus era muito grande e as filas andavam rápido.

O Rock in Rio pecou em alguns aspectos apenas. O som do Palco Sunset, um dos grandes destaques desta edição, esteve ruim e baixo em vários shows, inclusive em alguns principais, como foi o caso do Offspring. Outro problema nos palcos era a grande quantidade de câmeras. No Palco Mundo, dois cinegrafistas atrapalhavam a visão de uma boa parte dos espectadores que ficavam próximos ao palco, nas laterais. Já no Sunset, fotógrafos atrapalhavam aqueles que passaram horas nas grades esperando para ver os shows. Em um dos casos, um dos espectadores chegou a brigar com o profissional, que subiu em um banquinho e tapou toda a visão de quem estava atrás por cerca de três músicas.

A falta de pias para higienização das mãos, nos banheiros, também foi um dos pontos fracos. Apenas uma era disponibilizada. No banheiro masculino, a fila para lavar a mão era maior do que para usar os sanitários.  Já no feminino, duas pias para cada 8 cabines mais ou menos.

Shows:

Os melhores:

Bruce Springsteen: considerado o melhor do festival por quase todos os veículos da imprensa, o show do “Boss”, como é chamado pelos fãs, merece todos esses elogios. A entrega de Springsteen no palco e a banda sensacional que o acompanha fizeram a apresentação entrar para a história do festival. Bruce chamou fãs ao palco, deixou que o público tocasse sua guitarra e fez tudo o que podia para tornar o momento, depois de 25 anos de espera, único e inesquecível para os fãs. O repertório contou com todas as músicas do disco “Born in the U.S.A.”. "Hungry Hearts", "Glory Days" e, claro, "Dancing in the Dark" foram pontos altos da apresentação, que ainda contou com um cover de “Sociedade Alternativa”, de Raul Seixas. Springsteen deixou claro para o Rock in Rio e para quem não o conhecia que é um dos melhores no meio. Que volte logo.

Justin Timberlake: desde a apresentação do N’Sync, no Rock in Rio 3, em 2001, que Timberlake não se apresentava no Brasil. De lá para cá a boyband acabou e o cantor começou a enfileirar hits a cada novo CD, mesmo que isso demorasse anos para acontecer. Em Futuresex/Lovesound e agora com The 20/20 Experience, o cantor conseguiu as melhores críticas possíveis. E seu show não poderia ser melhor. A apresentação reuniu o que havia de melhor nos últimos trabalhos do cantor e excluiu a sombra do N’Sync que ainda o persegue. Com uma banda sensacional e coreografias sem muita invenção, Timberlake levou as meninas a loucura e promoveu uma grande festa no Rock in Rio. Em um final apoteótico com "Suit & Tie", "Mirrors" e "Sexyback", o cantor provou porque é um dos melhores, senão o melhor, da cena Pop atual. Seu ídolo Michael Jackson ficaria orgulhoso.

Nickelback: A banda de Chad Kroeger veio ao Brasil pela primeira vez e ficou assustada com a quantidade de fãs que encontrou no Rock in Rio. E isso não é nem um pouco ruim. Com um show na medida certa e enfileirando hits, o Nickelback colocou até os mais ressabidos para pular com "Animals", "Something in Your Mouth" e "Burn it to the Ground". Presentes nas rádios brasileiras ao longo da última década com canções como "How You Remind Me", "Photograph", "Someday" e "Too Bad", a banda teve quase todas as músicas cantadas com um grande coro do público. Kroeger prometeu voltar em breve. Eu, como fã da banda, espero que aconteça logo.

Metallica: liderada por James Hetfield, a banda era uma das mais esperadas e mais queridas do festival. Com um vocalista simpático e um setlist com o que há de melhor (ok, tem uma ou outra de um dos piores CDs da banda) na discografia, não foi difícil agradar ainda mais o público. Com um repertório muito parecido com o de 2011, o Metallica tacou fogo na Cidade do Rock com "Master of Puppets", "One" e "Enter Sandman". Mas a melhor parte do show, e aquela que toda banda sonha em ter, é o encerramento com "Seek and Destroy". O show do Metallica é tão bom que fica a dúvida de até quando serão convidados para fechar uma noite do Rock in Rio, fica repetitivo, mas não fica nenhum pouco ruim.

Muse: o power trio inglês fechou o único dia de rock do primeiro fim de semana. E não havia show melhor (e mais barulhento) para isso. A força da guitarra de Matt Bellamy ensurdeceu os que estavam assistindo ao show do Palco Mundo. Com a maioria do público aguardando o show, o Muse fez uma apresentação curta, se compararmos aos outros headliners do festival. Em 1h30 o trio tocou seus maiores sucessos e conseguiram transformar as chatas músicas do CD 2nd Law em um showzaço. Destaque para “Time is Running Out”, “Starlight” (com Matt andando no meio do público), Madness e Knight of Cydonia, com introdução de Ennio Morrione.

- Iron Maiden: a banda inglesa encerrou o Rock in Rio da forma perfeita. É impressionante como Iron Maiden é muito melhor ao vivo do que em estúdio. Bruce Dickinson não para quieto um minuto e o resto da banda atrai os olhares com suas guitarras e baixo nervosos. O palco do Iron Maiden é digno de um carnavalesco. Imagens paradas e articuladas do personagem símbolo Eddie aparecem em todos os momentos do show. E uma delas, vestido de confederado, tocou bateria com Nicko McBrian. O show é um espetáculo e o grupo se aproveita dos hits (e as mesmas canções de todo show) para empolgar cada vez mais a plateia. Desfilaram no carnaval do Iron Maiden “Aces High”, “Fear of the Dark”, “The Number of the Beast”, “The Trooper”, entre outras. Um show que merece ser visto e revisto sempre.

Surpresas:

Vintage Trouble: uma das primeiras atrações do Rock in Rio e tocando no Palco Sunset, a banda californiana apresentou um blues rock de primeiríssima qualidade. Já tinha ouvido algumas músicas deles, mas a força do vocalista Ty Taylor impressionou. O ritmo foi interrompido com a participação da cantora Jesuton, mas nada que tirasse o brilho da apresentação ou que atrapalhasse o final sensacional com “Run Like River” e “Strike”. WOW!

The Offspring: que a galera da minha geração, 25 anos, tenha ouvido muito Offspring, não é surpresa para ninguém. Agora, fazer um showzaço, muitos anos depois e ainda driblar problemas de som, aí sim foi surpresa. O show do The Offspring entrou para a galeria “Esse deveria estar no palco mundo” em 2013. Em uma hora de show, a banda tocou 18 músicas, quase sem intervalo. Sucessos como “I Want You Bad” e “Pretty Fly (For a White Guy)” foram uma das mais entoadas pela plateia. The Offspring pode não ter a repercussão de 10 anos atrás, mas ainda tem muito fã doido para entrar numa rodinha ao som desse punk-rock.

Sepultura + Les Tambours Du Bronx / Sepultura e Zé Ramalho: o Sepultura é a maior banda de rock brasileira e também a com maior sucesso fora do país. Depois do sucesso do show de 2011, ainda no Palco Sunset, Andreas Kisser, Derrick Green e Cia foram promovidos ao Palco Mundo, para abrir a primeira noite de Metal do Rock in Rio. E que sonzaço realiza a mistura do canto gutural de Green com a percussão dos franceses Tambours Du Bronx.  O final apoteótico com “Roots Bloody Roots” fez os roqueiros da plateia delirarem. Entretanto, a jornada do Sepultura não havia terminado. No último dia, voltaram ao Palco Sunset e fizeram uma parceria sensacional com Zé Ramalho. “Admirável Gado Novo” foi cantado por milhares de pessoas. O cantor e a banda, claro, ficaram admirados com o carinho do público.

John Mayer: eu admito, realmente tinha implicância com John Mayer. Entretanto, depois que ouvi o seu último CD, Paradise Valley, passei a dar mais atenção para o que eu considerava “rock de menina”. John Mayer é um excelente músico e tem o seu público. Além disso, seu show foi carismático e com atenção aos milhares de fãs (principalmente as meninas) que estavam ali apenas para vê-lo. John trocou Vultures por Stop This Train, graças ao pedido do público. Abriu o show com “No Such Thing”, música que tem deixado de fora do seu repertório, mas que é adorada por muitos. Emendou sucessos como “Your Body is a Wonderland”, “Daughters”, “Slow Dancing in a Burning Room”, “Waiting on the World to Change” e as novas “Dear Marie” e “Wildfire”. Todas foram cantadas a plenos pulmões pelo público.

Rob Zombie: o cantor/diretor/produtor surpreendeu aos que ainda se reestabeleciam do show do Sepultura + Tambours Du Bronx, no Palco Mundo, com uma apresentação forte e teatralizada. O vocalista do White Zombie não deixou a o ritmo cair em momento nenhum da apresentação. Seus trejeitos e caras foram um show por si só. Zombie fez a alegria do público com “Meet the Creeper”, “Superbeast” e “Thunder Kiss ‘65”. Fique na música, Rob. Você é muito melhor do que no cinema.

George Benson + Ivan Lins: um dos shows que mais queria assistir no Rock in Rio 2013 era esse. Muito mais por ser fã do George Benson do que por outras coisas. E não me decepcionei. Pelo contrário, a entrada do Ivan Lins no show, só acrescentou ao repertório e à alegria de George Benson. O guitarrista americano começou emendando sucessos como “Love x Love”, “Kisses in the Moonlight” e “Give Me the Night”. Com a entrada de Ivan Lins, o show virou uma festa entre os dois músicos. Cheio de babação de ovo, Benson disse que Ivan era seu “compositor preferido no mundo”. O show terminou com uma grande apresentação dos dois com “On Broadway”. Sensacional.

Decepções:

Bon Jovi: difícil dizer que saí decepcionado do show do Bon Jovi. Mas foi o que aconteceu. Isso não quer dizer que o show foi ruim. Não mesmo. Mas algo parecia estranho naquela noite. A banda estava retalhada devido aos problemas recentes (Richie Sambora e as drogas e Tico Torres com apendicite e problema na vesícula) e Jon parecia estar sentindo aquilo. A escolha do repertório também foi equivocada. Muitos dos sucessos que os fãs queriam ouvir não foram tocados, e as músicas do novo (e chatíssimo) CD da banda sobraram. Para quem nunca havia assistido o Bon Jovi, a experiência foi excelente. Para quem os viu em sua última vinda ao Brasil (2010) fica a certeza de que aquele bom show, poderia ter sido showzaço.

Beyoncé: assim como o show do Bon Jovi, a primeira atração principal do Rock in Rio fez um bom show. Mas depois de tudo o que foi dito sobre a apresentação, as danças e tudo mais, o show foi um “É... foi legal”. As incessantes trocas de roupa quebravam o ritmo de um show composto só por hits. Não era para deixar a bola cair com tantos sucessos, mas a cada três músicas, lá vinha um vídeo (chaaaaaato) e Beyoncé aparecia com uma roupa nova. O show teve seu público e ninguém vai dizer que não gostou. Mas para quem é “de fora” poderia se esperar mais.

Capital Inicial: vou colocar o Capital nessa lista porque, por mais que o show da banda de Brasília seja sempre com os mesmos hits, isso não atrapalha. Quem vai ao show quer escutar “Primeiros Erros” e tantas outras que Dinho Ouro Preto deixou de fora para tocar suas músicas novas e chatas. Entre muitos “Cara” e “do caralho”, Dinho não conseguiu nem fazer um protesto decente. Aquele velho-jovem soou como um velho-velho pra cacete. Era tão simples apenas emular o show de 2011.

No mais:

Thirty Secondos to Mars foi um bom show para quem é fã e um espetáculo interessante para quem não conhecia. Jared Leto é um puta showman.

David Ghetta foi ok. Nada mais.

Florence and The Machine foi um bom show. Uma bom descanso entre a correria de Jared Leto e a barulheira do Muse. Aquele momento para os não-fãs irem ao banheiro e comer alguma coisa.

Alicia Keys fez um bom show, porém, assim como Florence, mais uma pausa entre a animada Jessie J e Justin Timberlake.

- As banda brasileiras que abriram os dias foram ótimas, tirando o Capital Inicial. Jota QuestSkank, Frejat e Ivete Sangalo enfileiraram seus sucessos e outros de artistas brasileiros e foram bons “esquenta” para o que estava por vir. Até o Kiara Rocks, talvez a mais desconhecida de todas as bandas do Palco Mundo, fez um bom show. Agradou aos metaleiros que esperavam Slayer e Iron Maiden.

Matchbox Twenty fez um show esforçado para agradar ao público. A boa banda (com um guitarrista que é a cara do Ron Perlman, o Hellboy), alguns sucessos e um cover dos Rolling Stones deixaram o show mais animado.

Phillip Phillips foi ajudado pela popularidade de John Mayer, a quem costuma abrir os shows, e conseguiu que suas músicas fossem cantadas pelas fãs do namorado da Katy Perry.


QUE VENHA O ROCK IN RIO 2015!






segunda-feira, 29 de julho de 2013

Pipoca de Microondas

Hoje vou estrear uma nova coluna no blog. Com a “Pipoca de Microondas” falarei sobre os filmes que não consegui assistir no cinema, mas que não foram esquecidos, apenas conferidos no aconchego do lar. Hoje, temos três filmes: G.I. Joe – Retaliação, Oz – Mágico e Poderoso e Moonrise Kingdom. Vamos lá?


G.I. Joe – Retaliação - A continuação de A Origem de Cobra (2009) dá um tom um pouco mais realista para o exército de elite. Os Joes e os vilões ainda têm seus gadgets e veículos, mas todos aparentam ter uma tecnologia mais próxima da atual. Mais James Bond e menos ficção científica. A história segue com a ponta que foi deixada ao final do primeiro filme. Zartan é o presidente dos EUA e arma um plano para aniquilar os Joes de uma vez. Depois de um ataque em uma base no deserto (um acampamento militar, muito mais real do que o esconderijo no subsolo do primeiro filme) poucos Joes sobram. Liderados por Roadblock (Dwayne “The Rock” Johnson, com o carisma de sempre) os sobreviventes vão atrás do Joe original (Bruce Willis, sendo Bruce Willis, o que sempre vale a pena) para derrotar Zartan e o Comandante Cobra (agora sim, igualzinho ao que me lembrava do bonequinho e do desenho!!). 

G.I. Joe – Retaliação é um filme de ação bem divertido. As cenas de ação são boas, principalmente as dos ninjas. O elenco é carismático e Jonathan Pryce (Zartan/Presidente) é destaque sempre que está em cena. Mesmo mais realista o filme tem uma aura mais G.I. Joe que o primeiro. Ah, e os veículos são iguaizinhos aos de brinquedo!


Oz – Mágico e Poderoso - Sam Raimi tinha uma missão ingrata nas mãos: fazer um filme de origem para O Mágico de Oz sem falar em Dorothy, Homem de Lata ou sapatinhos de rubí, mas tendo como foco apenas Oz e seu caminho até o palácio da Cidade das Esmeraldas. Para isso escolheu o seu parceiro na trilogia Homem-Aranha, James Franco para interpretar o mágico pilantra Oscar, que assim como Dorthy, também vai parar em Oz após um tornado. Lá, conhece uma terra fantástica em que uma profecia previa a sua chegada para derrotar a Bruxa Má e liderar o povo de Oz. Com um elenco estrelado, que tem o trio de bruxas Mila Kunis, Rachel Weisz e Michelle Williams (Theodora, Evanora e Glinda), além de Zach Braff e Bill Cobbs, Raimi nos apresenta o que aconteceu a cada personagem até que eles se tornem os clássicos conhecidos. Tudo isso com o que há de mais moderno em efeitos especiais e criando belíssimas paisagens e simpáticos personagens em CGI.

O ponto alto do filme está na lembrança dos elementos do clássico de 1939 que compõem o novo filme. Todos os atores parecem estar com um quê a mais de canastrice ou exagero, mas nada que impeça o filme de ser legal. Sam Raimi sabe fazer cenas de ação e aventura legais. Algumas tomadas em que a câmera que vai e vem entre os personagens são bem interessantes. A experiência é similar ao do Alice no País das Maravilhas, de Tim Burton. Muito menos bizarro é claro.


Moonrise Kingdom - Wes Anderson é um dos diretores mais interessantes da atualidade. Seus filmes tem uma linguagem própria, uma esquisitice que a princípio pode incomodar, mas que depois é a responsável pela atmosfera que cativa. Foi assim com as famílias de Os Excêntricos Tenenbaums,  A Vida Marinha de Steve Zissou e com O Fantástico Sr. Fox. A família é mais uma vez um dos temas centrais da obra de Anderson. Aqui, o diretor mostra a aventura do primeiro amor do escoteiro Sam e da esquentadinha Suzy, dois jovens que são tratados como esquisitos e problemáticos pelos demais. Os pais de Suzy, os Bishops (Bill Murray e Frances McDormand) vivem juntos na mesma casa, mas já não são mais um casal. Já Sam é órfão e os pais adotivos não querem mais saber dele por causa de seus “problemas”.  A fuga dos dois vai mexer com a vida de todos na pequena ilha em que o filme é passado. Desde o depressivo policial (Bruce Willis, alternando com maestria o cinema de ação com filmes independentes) até todos os escoteiros do acampamento, liderados por Edward Norton (excelente).

Em toda sua esquisitice, Moonrise Kingdom consegue ser uma das histórias de amor mais originais que já vi. A estranheza de ver dois recém-adolescentes (simbolizados pelo bigodinho de Sam e pelo crescimento dos seios de Suzy) tendo um primeiro contato com seu par é sensacional. E é cotidiano. Uma camédia-drama-romance que fala sobre descobrimento, família e amizade. Moonrise Kingdom é agora o meu filme preferido de Wes Anderson.