O diretor mexicano apresenta a
história da astronauta Ryan Stone que, em sua primeira viagem ao espaço, acaba
em uma das piores situações possíveis. Após um acidente com detritos de um
satélite destruído, Ryan fica à deriva no espaço, com pouco oxigênio e sem
comunicação com a Terra. Contar mais do que isso é estragar um dos melhores
filmes que vi nos últimos tempos.
A capacidade com que Cuarón
consegue contar uma história simples, mas tão envolvente e angustiante, a ponto
de não dar tempo de desviar o olhar da tela, é impressionante. Aqui, o diretor
de E sua Mãe Também..., Filhos da Esperança e O Prisioneiro de Azkaban consegue
canalizar tudo de melhor na sua filmografia e expandir ao máximo. Os planos-sequência, marca do diretor, são o
ponto alto do filme. A primeira tomada, que começa mostrando a Terra e aos
poucos aproxima-se do ônibus espacial, acompanhando todo o trabalho da equipe de
astronautas, é sensacional. E dura uns 10 minutos! Claro, em um filme onde
quase tudo é computação gráfica, fica muito mais fácil disfarçar os “cortes”. Mesmo assim, os planos contínuos impressionam muito. Vários deles, inclusive.
Impressiona também, a atuação de
Sandra Bullock. Sozinha quase a maior parte do tempo, a atriz tem espaço
para garantir a sua indicação ao Oscar do ano que vem. Insegura, apavorada,
corajosa e deprimida são algumas das sensações que sua personagem passa. E nessa gama de diferentes emoções, Bullock consegue o melhor
desempenho com a sutileza. Nos pequenos detalhes que nos levam a pensar como
aquela mulher sairá dessa situação.
Gravidade é um filme para ser
visto no cinema. E em 3D! O som do filme é excelente e muito bem feito, alternando momentos
de barulho, silêncio - já que não há som no espaço -, respiração ofegante, batimento
cardíaco e aqueles alertas do tipo VAI DAR MERDA. No final, com todos os seus
simbolismos e significados, chegamos ao único momento em que a trilha sonora
realmente aparece mais forte. É como se Cuarón dissesse: acorda! O filme
acabou. Solta da cadeira e vai para casa.
Que filme sensacional!
Ah, o George Clooney está no filme como o comandante do ônibus espacial. É aquela coisa, ele interpreta o
George Clooney de sempre, só que dentro de uma roupa espacial. E isso não é
ruim.
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