O ano era 2001. Lembro de ir ao
cinema e ver um cartaz branco com uns rostos desconhecidos, uns carros
coloridos e um nome maneiro: Velozes e Furiosos. Como morava em uma cidade que
não tinha cinema, minha oportunidade de assistir filmes na telona era só quando
vinha ao Rio. Não consegui ver o filme na estreia, mas quando consegui assistir
em DVD aquilo foi uma das coisas mais legais que tinha visto. Carros
modificados, perseguições com veículos passando embaixo de carretas e a
carranca de Vin Diesel. Em pouco tempo, uma onda de fotos e revistas sobre
carros modificados começou a tomar o tempo dos moleques no recreio do colégio
(e das aulas também). Todos eram especialistas em tunning, Sparco, NOS, carros rebaixados, neon, mas principalmente:
todos queriam dirigir como Dominic Toretto e Brian O´Conner.
Quatorze anos depois, Velozes e
Furiosos virou uma franquia, passando por uma transformação a cada filme, novos
personagens e terá a estreia do seu sétimo filme. E quer saber? A história da “família”
Toretto só tem melhorado e a expectativa para o novo capítulo é alta.
O primeiro filme foi um marco na
cultura pop, trazendo a moda do tunning
para fora dos pegas e corridas clandestinas. Na história, o policial infiltrado
Brian O’Conner (Paul Walker) entra para a gangue de Dominic (Vin Diesel) para
descobrir se o chefão dos rachas é o responsável por uma série de assaltos à
carretas com equipamentos eletrônicos. No meio tempo Brian se apaixona por Mia
(Jordana Brewster), irmã de Toretto, e pelo estilo de vida que o grupo leva. As
cenas de perseguição são sensacionais e, as já mencionadas, ultrapassagens por
baixo das carretas são de deixar o primeiro de muitos “WOW” da série.
Com o sucesso, a Universal tratou
de correr atrás dos astros para a continuação “Mais Velozes, mais Furiosos”
(2003). Sem Vin Diesel, que foi filmar “Triplo X” com o diretor de “Velozes”,
Rob Cohen, e o segundo filme da trilogia Riddick, o filme buscou novos personagens
para fazer companhia a O’Conner. Entra para a trama Tyrese Gibson e seu Roman Pearce,
brutamontes marrento e cheio de gracinhas, além de Tej, interpretado por
Ludacris. O filme empolga menos que o primeiro, inclusive nas cenas de ação.
Com a esfriada da sequência,
muito atribuída pela ausência do agora grande astro de ação Vin Diesel, os
produtores da série jogaram a série para o outro lado do mundo e adicionaram um
novo elementos às corridas, o Drift. “Velozes e Furiosos: Desafio em Tóquio”
(2006) é uma história com personagens novos, com o objetivo de reaproximar a
franquia dos adolescentes e jovens que só querem sentar e assistir corridas,
mulheres em trajes mínimos e no final tudo fica devidamente acertado. Na
história, o adolescente problemático Sean Boswell (Lucas Black) é enviado pela
mãe para morar com o pai na capital japonesa após mais uma passagem pela
delegacia. Em 15 minutos no novo país, Sean já encontra novos companheiros de
corrida, mas agora em pistas com curvas fechadas e que exigem do protagonista
um conhecimento em drift. Mais um
personagem é adicionado na série: Han (Sung Kang), morto em uma perseguição com
o vilão do filme. Han será um elemento importante para o que está por vir. Mas
como?
Já no início de “Velozes e
Furiosos 4” (2009) temos a certeza de que a série mostrará o que os fãs queriam: a volta de Dominic Toretto e companhia. E quem está ao seu lado em um roubo de
gasolina? Han. Sim, o personagem morto no filme anterior está de volta. Na
trama, após a morte de Letty (Michelle Rodriguez) Dom se infiltra na gangue de
um traficante para encontrar o assassino de sua amada. Ao mesmo tempo O´Conner,
agora no FBI, também quer pegar o responsável pelo crime. Os personagens voltam
a se encontrar e começa aqui a virada da franquia, deixando de ser apenas filmes
de carro e corrida para produções de ação, missões em equipe e com uma linha do
tempo estruturada, com ganchos para as próximas continuações. Mais alguns
personagens são adicionados como a futura Mulher Maravilha, Gal Gadot, e os
parceiros latinos Tego Calderon e Don Omar.

Nas duas produções seguintes, “Velozes
e Furiosos 5: Operação Rio” (2011) e “Velozes e Furiosos 6” (2013), a franquia
perde o medo de se assumir como filme de ação surreal, com carros pulando de
pontes, roubando cofres inteiros, perseguindo tanques, entre outras cenas que
só melhoram a cada novo capítulo. Junta-se a isso a reunião de todos os
personagens já citados e ainda Dwayne Johnson, como o Agente Hobbs, que corre
atrás dos Torettos e depois tem que formar aliança para capturar um terrorista
que possui uma equipe semelhante a dos “mocinhos”. Mas a grande sacada do
último filme é colocar a cena da morte de Han (falei que seria importante) como
a ligação dos filmes com o terceiro, colocando-o como último filme da linha
temporal e servindo de ponta solta para a sétima parte.
Infelizmente, durante a produção
do último filme, Paul Walker morreu em um acidente de carro e o filme teve que
ser paralisado. Vin Diesel e toda a equipe se reuniram com os irmão de Walker e
contrataram a Weta Digital (O Senhor dos Anéis) para ajudar a colocar Brian nas
últimas cenas que faltavam.
A expectativa em torno do filme é
alta. Especialistas preveem que o filme será a maior bilheteria da franquia,
batendo recordes para essa época do ano e figurando entre as grandes
arrecadações da história. Mesmo que isso não ocorra, o sucesso de “Velozes e
Furiosos” é a coroação do carisma de Vin Diesel e Paul Walker, numa franquia
que após uma escapada na curva, engatou a quinta marcha, apertou a injeção de
NOS e está explodindo meio mundo e criando um entretenimento de primeira
qualidade.
Ah, o sétimo filme estreia dia 02
de abril e terá no elenco os já clássicos Vin Diesel, Paul Walker, Tyrese
Gibson, Dwayne Johnson, Michelle Rodriguez, Ludacris, Jordana Brewster e Lucas
Black, que ganharão a companhia de Jason Statham, Ronda Rousey, Tony Jaa,
Djimon Hounsou e Kurt Russell.
Acho que até a galera de “Os
Mercenários” pensaria duas vezes.
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