segunda-feira, 7 de outubro de 2013

Gravidade

Um ambiente redondo, um corpo encolhido flutuando e uma espécie de corda na altura barriga ligando a fragilidade ao lugar seguro. O que poderia ser apenas a imagem de um bebê dentro da barriga da mãe, torna-se uma das cenas mais icônicas e belas de Gravidade, novo filme de Alfonso Cuarón.

O diretor mexicano apresenta a história da astronauta Ryan Stone que, em sua primeira viagem ao espaço, acaba em uma das piores situações possíveis. Após um acidente com detritos de um satélite destruído, Ryan fica à deriva no espaço, com pouco oxigênio e sem comunicação com a Terra. Contar mais do que isso é estragar um dos melhores filmes que vi nos últimos tempos.

A capacidade com que Cuarón consegue contar uma história simples, mas tão envolvente e angustiante, a ponto de não dar tempo de desviar o olhar da tela, é impressionante. Aqui, o diretor de E sua Mãe Também..., Filhos da Esperança e O Prisioneiro de Azkaban consegue canalizar tudo de melhor na sua filmografia e expandir ao máximo. Os planos-sequência, marca do diretor, são o ponto alto do filme. A primeira tomada, que começa mostrando a Terra e aos poucos aproxima-se do ônibus espacial, acompanhando todo o trabalho da equipe de astronautas, é sensacional. E dura uns 10 minutos! Claro, em um filme onde quase tudo é computação gráfica, fica muito mais fácil disfarçar os “cortes”. Mesmo assim, os planos contínuos impressionam muito. Vários deles, inclusive.

Impressiona também, a atuação de Sandra Bullock. Sozinha quase a maior parte do tempo, a atriz tem espaço para garantir a sua indicação ao Oscar do ano que vem. Insegura, apavorada, corajosa e deprimida são algumas das sensações que sua personagem passa. E nessa gama de diferentes emoções, Bullock consegue o melhor desempenho com a sutileza. Nos pequenos detalhes que nos levam a pensar como aquela mulher sairá dessa situação.

Gravidade é um filme para ser visto no cinema. E em 3D! O som do filme é excelente e muito bem feito, alternando momentos de barulho, silêncio - já que não há som no espaço -, respiração ofegante, batimento cardíaco e aqueles alertas do tipo VAI DAR MERDA. No final, com todos os seus simbolismos e significados, chegamos ao único momento em que a trilha sonora realmente aparece mais forte. É como se Cuarón dissesse: acorda! O filme acabou. Solta da cadeira e vai para casa.

Que filme sensacional!


Ah, o George Clooney está no filme como o comandante do ônibus espacial. É aquela coisa, ele interpreta o George Clooney de sempre, só que dentro de uma roupa espacial. E isso não é ruim.








segunda-feira, 23 de setembro de 2013

Ô-Ô-Ô-Ô! ROCK IN RIO!

E o Rock in Rio acabou nesse domingo, dia 22 de setembro.

Depois de sete dias de muitos shows, o festival termina com um saldo muito positivo. Vou listar os principais pontos positivos e negativos do evento em si, além dos melhores shows, surpresas e decepções.

Bora lá!

Estrutura:

Ficou muito claro para quem esteve na edição passada e na desse ano, que a diminuição do público fez muito bem ao Rock in Rio. O tempo para entrar na Cidade do Rock até as filas para comprar comida e bebida diminui. A circulação dentro do espaço, mesmo que dificultado pelos grandes grupos que sentavam ou deitavam na grama, também foi mais tranquila.  Até os banheiros, que sofreram com falta d’água e com filas, tinham um fluxo tranquilo.

Outro destaque foi o sistema de transportes para ir e voltar do festival. O esquema de ônibus fazendo a ligação com o terminal Alvorada e de lá distribuindo para o resto dos destinos foi acertadíssimo. A quantidade de ônibus era muito grande e as filas andavam rápido.

O Rock in Rio pecou em alguns aspectos apenas. O som do Palco Sunset, um dos grandes destaques desta edição, esteve ruim e baixo em vários shows, inclusive em alguns principais, como foi o caso do Offspring. Outro problema nos palcos era a grande quantidade de câmeras. No Palco Mundo, dois cinegrafistas atrapalhavam a visão de uma boa parte dos espectadores que ficavam próximos ao palco, nas laterais. Já no Sunset, fotógrafos atrapalhavam aqueles que passaram horas nas grades esperando para ver os shows. Em um dos casos, um dos espectadores chegou a brigar com o profissional, que subiu em um banquinho e tapou toda a visão de quem estava atrás por cerca de três músicas.

A falta de pias para higienização das mãos, nos banheiros, também foi um dos pontos fracos. Apenas uma era disponibilizada. No banheiro masculino, a fila para lavar a mão era maior do que para usar os sanitários.  Já no feminino, duas pias para cada 8 cabines mais ou menos.

Shows:

Os melhores:

Bruce Springsteen: considerado o melhor do festival por quase todos os veículos da imprensa, o show do “Boss”, como é chamado pelos fãs, merece todos esses elogios. A entrega de Springsteen no palco e a banda sensacional que o acompanha fizeram a apresentação entrar para a história do festival. Bruce chamou fãs ao palco, deixou que o público tocasse sua guitarra e fez tudo o que podia para tornar o momento, depois de 25 anos de espera, único e inesquecível para os fãs. O repertório contou com todas as músicas do disco “Born in the U.S.A.”. "Hungry Hearts", "Glory Days" e, claro, "Dancing in the Dark" foram pontos altos da apresentação, que ainda contou com um cover de “Sociedade Alternativa”, de Raul Seixas. Springsteen deixou claro para o Rock in Rio e para quem não o conhecia que é um dos melhores no meio. Que volte logo.

Justin Timberlake: desde a apresentação do N’Sync, no Rock in Rio 3, em 2001, que Timberlake não se apresentava no Brasil. De lá para cá a boyband acabou e o cantor começou a enfileirar hits a cada novo CD, mesmo que isso demorasse anos para acontecer. Em Futuresex/Lovesound e agora com The 20/20 Experience, o cantor conseguiu as melhores críticas possíveis. E seu show não poderia ser melhor. A apresentação reuniu o que havia de melhor nos últimos trabalhos do cantor e excluiu a sombra do N’Sync que ainda o persegue. Com uma banda sensacional e coreografias sem muita invenção, Timberlake levou as meninas a loucura e promoveu uma grande festa no Rock in Rio. Em um final apoteótico com "Suit & Tie", "Mirrors" e "Sexyback", o cantor provou porque é um dos melhores, senão o melhor, da cena Pop atual. Seu ídolo Michael Jackson ficaria orgulhoso.

Nickelback: A banda de Chad Kroeger veio ao Brasil pela primeira vez e ficou assustada com a quantidade de fãs que encontrou no Rock in Rio. E isso não é nem um pouco ruim. Com um show na medida certa e enfileirando hits, o Nickelback colocou até os mais ressabidos para pular com "Animals", "Something in Your Mouth" e "Burn it to the Ground". Presentes nas rádios brasileiras ao longo da última década com canções como "How You Remind Me", "Photograph", "Someday" e "Too Bad", a banda teve quase todas as músicas cantadas com um grande coro do público. Kroeger prometeu voltar em breve. Eu, como fã da banda, espero que aconteça logo.

Metallica: liderada por James Hetfield, a banda era uma das mais esperadas e mais queridas do festival. Com um vocalista simpático e um setlist com o que há de melhor (ok, tem uma ou outra de um dos piores CDs da banda) na discografia, não foi difícil agradar ainda mais o público. Com um repertório muito parecido com o de 2011, o Metallica tacou fogo na Cidade do Rock com "Master of Puppets", "One" e "Enter Sandman". Mas a melhor parte do show, e aquela que toda banda sonha em ter, é o encerramento com "Seek and Destroy". O show do Metallica é tão bom que fica a dúvida de até quando serão convidados para fechar uma noite do Rock in Rio, fica repetitivo, mas não fica nenhum pouco ruim.

Muse: o power trio inglês fechou o único dia de rock do primeiro fim de semana. E não havia show melhor (e mais barulhento) para isso. A força da guitarra de Matt Bellamy ensurdeceu os que estavam assistindo ao show do Palco Mundo. Com a maioria do público aguardando o show, o Muse fez uma apresentação curta, se compararmos aos outros headliners do festival. Em 1h30 o trio tocou seus maiores sucessos e conseguiram transformar as chatas músicas do CD 2nd Law em um showzaço. Destaque para “Time is Running Out”, “Starlight” (com Matt andando no meio do público), Madness e Knight of Cydonia, com introdução de Ennio Morrione.

- Iron Maiden: a banda inglesa encerrou o Rock in Rio da forma perfeita. É impressionante como Iron Maiden é muito melhor ao vivo do que em estúdio. Bruce Dickinson não para quieto um minuto e o resto da banda atrai os olhares com suas guitarras e baixo nervosos. O palco do Iron Maiden é digno de um carnavalesco. Imagens paradas e articuladas do personagem símbolo Eddie aparecem em todos os momentos do show. E uma delas, vestido de confederado, tocou bateria com Nicko McBrian. O show é um espetáculo e o grupo se aproveita dos hits (e as mesmas canções de todo show) para empolgar cada vez mais a plateia. Desfilaram no carnaval do Iron Maiden “Aces High”, “Fear of the Dark”, “The Number of the Beast”, “The Trooper”, entre outras. Um show que merece ser visto e revisto sempre.

Surpresas:

Vintage Trouble: uma das primeiras atrações do Rock in Rio e tocando no Palco Sunset, a banda californiana apresentou um blues rock de primeiríssima qualidade. Já tinha ouvido algumas músicas deles, mas a força do vocalista Ty Taylor impressionou. O ritmo foi interrompido com a participação da cantora Jesuton, mas nada que tirasse o brilho da apresentação ou que atrapalhasse o final sensacional com “Run Like River” e “Strike”. WOW!

The Offspring: que a galera da minha geração, 25 anos, tenha ouvido muito Offspring, não é surpresa para ninguém. Agora, fazer um showzaço, muitos anos depois e ainda driblar problemas de som, aí sim foi surpresa. O show do The Offspring entrou para a galeria “Esse deveria estar no palco mundo” em 2013. Em uma hora de show, a banda tocou 18 músicas, quase sem intervalo. Sucessos como “I Want You Bad” e “Pretty Fly (For a White Guy)” foram uma das mais entoadas pela plateia. The Offspring pode não ter a repercussão de 10 anos atrás, mas ainda tem muito fã doido para entrar numa rodinha ao som desse punk-rock.

Sepultura + Les Tambours Du Bronx / Sepultura e Zé Ramalho: o Sepultura é a maior banda de rock brasileira e também a com maior sucesso fora do país. Depois do sucesso do show de 2011, ainda no Palco Sunset, Andreas Kisser, Derrick Green e Cia foram promovidos ao Palco Mundo, para abrir a primeira noite de Metal do Rock in Rio. E que sonzaço realiza a mistura do canto gutural de Green com a percussão dos franceses Tambours Du Bronx.  O final apoteótico com “Roots Bloody Roots” fez os roqueiros da plateia delirarem. Entretanto, a jornada do Sepultura não havia terminado. No último dia, voltaram ao Palco Sunset e fizeram uma parceria sensacional com Zé Ramalho. “Admirável Gado Novo” foi cantado por milhares de pessoas. O cantor e a banda, claro, ficaram admirados com o carinho do público.

John Mayer: eu admito, realmente tinha implicância com John Mayer. Entretanto, depois que ouvi o seu último CD, Paradise Valley, passei a dar mais atenção para o que eu considerava “rock de menina”. John Mayer é um excelente músico e tem o seu público. Além disso, seu show foi carismático e com atenção aos milhares de fãs (principalmente as meninas) que estavam ali apenas para vê-lo. John trocou Vultures por Stop This Train, graças ao pedido do público. Abriu o show com “No Such Thing”, música que tem deixado de fora do seu repertório, mas que é adorada por muitos. Emendou sucessos como “Your Body is a Wonderland”, “Daughters”, “Slow Dancing in a Burning Room”, “Waiting on the World to Change” e as novas “Dear Marie” e “Wildfire”. Todas foram cantadas a plenos pulmões pelo público.

Rob Zombie: o cantor/diretor/produtor surpreendeu aos que ainda se reestabeleciam do show do Sepultura + Tambours Du Bronx, no Palco Mundo, com uma apresentação forte e teatralizada. O vocalista do White Zombie não deixou a o ritmo cair em momento nenhum da apresentação. Seus trejeitos e caras foram um show por si só. Zombie fez a alegria do público com “Meet the Creeper”, “Superbeast” e “Thunder Kiss ‘65”. Fique na música, Rob. Você é muito melhor do que no cinema.

George Benson + Ivan Lins: um dos shows que mais queria assistir no Rock in Rio 2013 era esse. Muito mais por ser fã do George Benson do que por outras coisas. E não me decepcionei. Pelo contrário, a entrada do Ivan Lins no show, só acrescentou ao repertório e à alegria de George Benson. O guitarrista americano começou emendando sucessos como “Love x Love”, “Kisses in the Moonlight” e “Give Me the Night”. Com a entrada de Ivan Lins, o show virou uma festa entre os dois músicos. Cheio de babação de ovo, Benson disse que Ivan era seu “compositor preferido no mundo”. O show terminou com uma grande apresentação dos dois com “On Broadway”. Sensacional.

Decepções:

Bon Jovi: difícil dizer que saí decepcionado do show do Bon Jovi. Mas foi o que aconteceu. Isso não quer dizer que o show foi ruim. Não mesmo. Mas algo parecia estranho naquela noite. A banda estava retalhada devido aos problemas recentes (Richie Sambora e as drogas e Tico Torres com apendicite e problema na vesícula) e Jon parecia estar sentindo aquilo. A escolha do repertório também foi equivocada. Muitos dos sucessos que os fãs queriam ouvir não foram tocados, e as músicas do novo (e chatíssimo) CD da banda sobraram. Para quem nunca havia assistido o Bon Jovi, a experiência foi excelente. Para quem os viu em sua última vinda ao Brasil (2010) fica a certeza de que aquele bom show, poderia ter sido showzaço.

Beyoncé: assim como o show do Bon Jovi, a primeira atração principal do Rock in Rio fez um bom show. Mas depois de tudo o que foi dito sobre a apresentação, as danças e tudo mais, o show foi um “É... foi legal”. As incessantes trocas de roupa quebravam o ritmo de um show composto só por hits. Não era para deixar a bola cair com tantos sucessos, mas a cada três músicas, lá vinha um vídeo (chaaaaaato) e Beyoncé aparecia com uma roupa nova. O show teve seu público e ninguém vai dizer que não gostou. Mas para quem é “de fora” poderia se esperar mais.

Capital Inicial: vou colocar o Capital nessa lista porque, por mais que o show da banda de Brasília seja sempre com os mesmos hits, isso não atrapalha. Quem vai ao show quer escutar “Primeiros Erros” e tantas outras que Dinho Ouro Preto deixou de fora para tocar suas músicas novas e chatas. Entre muitos “Cara” e “do caralho”, Dinho não conseguiu nem fazer um protesto decente. Aquele velho-jovem soou como um velho-velho pra cacete. Era tão simples apenas emular o show de 2011.

No mais:

Thirty Secondos to Mars foi um bom show para quem é fã e um espetáculo interessante para quem não conhecia. Jared Leto é um puta showman.

David Ghetta foi ok. Nada mais.

Florence and The Machine foi um bom show. Uma bom descanso entre a correria de Jared Leto e a barulheira do Muse. Aquele momento para os não-fãs irem ao banheiro e comer alguma coisa.

Alicia Keys fez um bom show, porém, assim como Florence, mais uma pausa entre a animada Jessie J e Justin Timberlake.

- As banda brasileiras que abriram os dias foram ótimas, tirando o Capital Inicial. Jota QuestSkank, Frejat e Ivete Sangalo enfileiraram seus sucessos e outros de artistas brasileiros e foram bons “esquenta” para o que estava por vir. Até o Kiara Rocks, talvez a mais desconhecida de todas as bandas do Palco Mundo, fez um bom show. Agradou aos metaleiros que esperavam Slayer e Iron Maiden.

Matchbox Twenty fez um show esforçado para agradar ao público. A boa banda (com um guitarrista que é a cara do Ron Perlman, o Hellboy), alguns sucessos e um cover dos Rolling Stones deixaram o show mais animado.

Phillip Phillips foi ajudado pela popularidade de John Mayer, a quem costuma abrir os shows, e conseguiu que suas músicas fossem cantadas pelas fãs do namorado da Katy Perry.


QUE VENHA O ROCK IN RIO 2015!






segunda-feira, 29 de julho de 2013

Pipoca de Microondas

Hoje vou estrear uma nova coluna no blog. Com a “Pipoca de Microondas” falarei sobre os filmes que não consegui assistir no cinema, mas que não foram esquecidos, apenas conferidos no aconchego do lar. Hoje, temos três filmes: G.I. Joe – Retaliação, Oz – Mágico e Poderoso e Moonrise Kingdom. Vamos lá?


G.I. Joe – Retaliação - A continuação de A Origem de Cobra (2009) dá um tom um pouco mais realista para o exército de elite. Os Joes e os vilões ainda têm seus gadgets e veículos, mas todos aparentam ter uma tecnologia mais próxima da atual. Mais James Bond e menos ficção científica. A história segue com a ponta que foi deixada ao final do primeiro filme. Zartan é o presidente dos EUA e arma um plano para aniquilar os Joes de uma vez. Depois de um ataque em uma base no deserto (um acampamento militar, muito mais real do que o esconderijo no subsolo do primeiro filme) poucos Joes sobram. Liderados por Roadblock (Dwayne “The Rock” Johnson, com o carisma de sempre) os sobreviventes vão atrás do Joe original (Bruce Willis, sendo Bruce Willis, o que sempre vale a pena) para derrotar Zartan e o Comandante Cobra (agora sim, igualzinho ao que me lembrava do bonequinho e do desenho!!). 

G.I. Joe – Retaliação é um filme de ação bem divertido. As cenas de ação são boas, principalmente as dos ninjas. O elenco é carismático e Jonathan Pryce (Zartan/Presidente) é destaque sempre que está em cena. Mesmo mais realista o filme tem uma aura mais G.I. Joe que o primeiro. Ah, e os veículos são iguaizinhos aos de brinquedo!


Oz – Mágico e Poderoso - Sam Raimi tinha uma missão ingrata nas mãos: fazer um filme de origem para O Mágico de Oz sem falar em Dorothy, Homem de Lata ou sapatinhos de rubí, mas tendo como foco apenas Oz e seu caminho até o palácio da Cidade das Esmeraldas. Para isso escolheu o seu parceiro na trilogia Homem-Aranha, James Franco para interpretar o mágico pilantra Oscar, que assim como Dorthy, também vai parar em Oz após um tornado. Lá, conhece uma terra fantástica em que uma profecia previa a sua chegada para derrotar a Bruxa Má e liderar o povo de Oz. Com um elenco estrelado, que tem o trio de bruxas Mila Kunis, Rachel Weisz e Michelle Williams (Theodora, Evanora e Glinda), além de Zach Braff e Bill Cobbs, Raimi nos apresenta o que aconteceu a cada personagem até que eles se tornem os clássicos conhecidos. Tudo isso com o que há de mais moderno em efeitos especiais e criando belíssimas paisagens e simpáticos personagens em CGI.

O ponto alto do filme está na lembrança dos elementos do clássico de 1939 que compõem o novo filme. Todos os atores parecem estar com um quê a mais de canastrice ou exagero, mas nada que impeça o filme de ser legal. Sam Raimi sabe fazer cenas de ação e aventura legais. Algumas tomadas em que a câmera que vai e vem entre os personagens são bem interessantes. A experiência é similar ao do Alice no País das Maravilhas, de Tim Burton. Muito menos bizarro é claro.


Moonrise Kingdom - Wes Anderson é um dos diretores mais interessantes da atualidade. Seus filmes tem uma linguagem própria, uma esquisitice que a princípio pode incomodar, mas que depois é a responsável pela atmosfera que cativa. Foi assim com as famílias de Os Excêntricos Tenenbaums,  A Vida Marinha de Steve Zissou e com O Fantástico Sr. Fox. A família é mais uma vez um dos temas centrais da obra de Anderson. Aqui, o diretor mostra a aventura do primeiro amor do escoteiro Sam e da esquentadinha Suzy, dois jovens que são tratados como esquisitos e problemáticos pelos demais. Os pais de Suzy, os Bishops (Bill Murray e Frances McDormand) vivem juntos na mesma casa, mas já não são mais um casal. Já Sam é órfão e os pais adotivos não querem mais saber dele por causa de seus “problemas”.  A fuga dos dois vai mexer com a vida de todos na pequena ilha em que o filme é passado. Desde o depressivo policial (Bruce Willis, alternando com maestria o cinema de ação com filmes independentes) até todos os escoteiros do acampamento, liderados por Edward Norton (excelente).

Em toda sua esquisitice, Moonrise Kingdom consegue ser uma das histórias de amor mais originais que já vi. A estranheza de ver dois recém-adolescentes (simbolizados pelo bigodinho de Sam e pelo crescimento dos seios de Suzy) tendo um primeiro contato com seu par é sensacional. E é cotidiano. Uma camédia-drama-romance que fala sobre descobrimento, família e amizade. Moonrise Kingdom é agora o meu filme preferido de Wes Anderson.

quinta-feira, 11 de julho de 2013

Um novo voo para o Superman

Lembro até hoje da expectativa que estava em 2006 para a estreia de Superman Returns. Nunca havia assistido à um filme do herói no cinema. Sempre vi Christopher Reeve lutando contra Gene Hackman ou Terence Stamp pela TV. Assisti também o Dean Cain ficar famoso como "o Superman da TV" no seriado Lois & Clark. Era chegada a hora de conferir na tela grande. E o filme contava com um cara que parecia o Christopher Reeve, um Lex Luthor feito pelo Kevin Spacey e com Bryan Singer, que fez um dos meus filmes de heróis preferidos, X-Men 2, como diretor. Era muito expectativa. Mas o filme não foi tudo o que eu ou os outros espectadores desejávamos. Não era ruim, mas o diretor trouxe para o cinema atual o Superman feito nas décadas de 70 e 80. As pessoas detestaram e o último filho de Krypton foi parar no limbo de Hollywood.

Nos anos seguintes, a Marvel, maior concorrente da DC Comics, criou o seu próprio estúdio e começou a enfileirar sucessos com Homem de Ferro e Vingadores. Já a DC viu o filme do Lanterna Verde ser destruído pelo público e pela crítica e o projeto do filme da Liga da Justiça, dirigido por George Miller, desabar quando quase tudo estava pronto para ser anunciado.

Dessa forma, a DC Comics e a Warner Bros. depositaram todas as suas esperanças na nova trilogia do Batman, que já havia obtido sucesso com Batman Begins e quebrou a barreira do 1 bilhão de dólares arrecadados com suas duas continuações. O público passou a louvar o diretor Christopher Nolan e as empresas acharam a esperança para trazer Clark Kent de volta. O diretor dos filmes do Cavaleiro das Trevas não quis comandar mais uma franquia, porém aceitou produzir "Homem de Aço". Para a direção chamaram Zack Snyder, diretor responsável por adaptações como 300 e Watchmen.

Coube então ao roteiro criar algo novo. Um Superman que pudesse começar uma franquia e dar o primeiro passo para eventos maiores. O roteirista David S. Goyer, também responsável por Batman Begins, criou uma versão do homem de aço que respeita a sua origem, que não apresenta Clark Kent como herói clássico, mas como uma força maior. E Henry Cavill faz um excelente trabalho como um personagem que foi criado como um de nós. Suas dúvidas e conflitos são tão humanas quanto as de qualquer um. A relação de Clark com Jonathan e Martha, seus pais na Terra, é bem explorada. Kevin Costner está excelente como o fazendeiro que mostra para o filho que ele pode ser a diferença para nós.

A história do filme é até simples: Krypton está em processo de destruição por conta da exploração predatória de seus recursos. Jor-El (Russel Crowe, ótimo) tenta uma forma de salvar o planeta, mas é impedido pelo General Zod (Michael Shannon, excelente) que tenta tomar o poder com um golpe. Jor-El consegue enviar o seu filho para a Terra antes da destruição e Zod promete vingança. A partir daí o filme dá um salto temporal e já conhecemos Kal-El/Clark Kent adulto. Sua criação na terra é contata em forma de flashbacks.

A história foca muito no espaço, na vinda de Zod e do perigo para a Terra e a ação desenfreada que surge nos combates do Superman.  Personagens importantíssimos na história do homem de aço, como a própria Lois Lane (Amy Adams), ficam em segundo plano. A paixão dos dois acontece e pronto. Não há desenvolvimento. Parece que o roteirista pensou "já que reclamaram tanto do filme anterior e da “romantização”, vamos dar “porradaria”, destruição e todos os efeitos especiais que o dinheiro possa comprar". Alguns furos no roteiro são notáveis: Metrópolis sofre uma destruição digna de um apocalipse, milhões de pessoas devem ter morrido, mas no corte para a cena final, já está tudo bem, todo mundo trabalhando normal.

Homem de Aço é um bom filme. Mais do que isso, ele é importantíssimo por trazer de volta o maior dos super-heróis. O filme já fez sucesso, agradou o público e já tem continuação garantida. Ainda não é o filme perfeito do Superman que queremos ver, mas pode ser o primeiro passo para que não caia no esquecimento por mais tanto tempo.



Ps.: A cena da chegada de Zod na Terra é sensacional. Um vídeo hackeado em todos os sistemas de comunicação do planeta. Mais atual impossível.


Ps2.: A excelente trilha sonora de Hans Zimmer não tem uma nota sequer parecida com a clássica de John Williams. Mais um desprendimento do passado. Que bom.









quinta-feira, 13 de junho de 2013

Há muita luz além da escuridão

Há algum tempo falei sobre Star Trek contando como foi assistir ao reboot do J.J. Abrams em 2009. Se você não viu, clique aqui para entender um pouco da expectativa de assistir Além da Escuridão - Star Trek. O que já adianto de cara é que J.J. Abrams acertou mais uma vez. E acertou em cheio. O novo filme é um dos melhores filmes da saga.

Quando comecei a gostar de Star Trek, a série clássica já havia se encerrado há, pelo menos, 25 anos. Assisti muito às reprises na tv paga e, mesmo achando muito engraçado aqueles cenários de papelão e borracha, a história de Kirk, Spock e McCoy eram sensacionais. Das continuações, vi muitos episódios de A Nova Geração, alguns de Deep Space Nine e pouquíssimos de Voyager e Enterprise. A verdade é que o que mais me fez gostar de Star Trek foram os filmes.

E a mesma sensação que tive quando vi pela primeira vez A Ira de Khan ou O Primeiro Contato, se repetiu nos cinemas quando vi Star Trek e agora Além da Escuridão - Star Trek. É impressionante como J.J. Abrams conseguiu trazer para o novo formato de cinema as aventuras da Enterprise. A maior genialidade está na linha temporal que o primeiro filme criou. É por causa dela, um dos maiores e melhores assuntos da ficção científica, que o diretor pode contar da sua forma a trajetória dos novos filmes.

Além da Escuridão começa com uma missão em um planeta primitivo, em que os habitantes parecem uma mistura de maias com tribos africanas, sob ameaça de um vulcão que está prestes a proporcionar uma tragédia. Logo de cara, já vemos Kirk e McCoy correndo como malucos, Spock no meio do vulcão e todo o elenco principal participando da cena. Toda essa dinâmica é mais uma das grandes qualidades do novo filme. Abrams e os roteiristas Alex Kurtzman, Roberto Orci, e Damon Lindelof, dão o espaço necessário para que cada personagem se desenvolva e tenha o seu momento na trama. Após os eventos no planeta, voltamos para a Terra e a Federação é atacada por um terrorista chamado John Harrison. Após um dos ataques, Kirk se habilita para caçar Harrison.

Mais uma vez o elenco está sensacional. Chris Pine e Zachary Quinto estão cada vez mais à vontades nos papéis de Kirk e Spock, respectivamente. A amizade e o conflito dos dois é explorado ainda mais, já que o capitão é explosivo e age sem pensar, já o vulcano utiliza toda a sua lógica e racionalidade. Spock tem mais espaço para a ação e para mostrar porque é o personagem mais querido da história de Star Trek. Quem volta a roubar a cena em muitos momentos, e é o meu personagem favorito do reboot, é o McCoy de Karl Urban. Suas tiradas, a cara fechada e seu jeito resmungão são sensacionais. John Cho e Anton Yelchin continuam ótimos como Sulu e Chekov. A cena de Sulu como capitão da Enterprise é excelente. Outros que ganham mais espaço no novo filme são Uhura e Scotty, que só aparecera depois da metade do primeiro filme. Há ainda a inclusão de Alice Eve, como Carol Marcus, e o "para sempre Robocop" Peter Weller, como o Almirante Marcus.

Mas quem merece um parágrafo para si é o novo vilão, que é interpretado por Benedict Cumberbatch. O inglês está sensacional como John Harrison, personagem que esconde um mistério que pode mudar o rumo da Federação e da própria Enterprise. É impressionante a postura de Cumberbatch durante o filme. Em um determinado momento, acreditamos nas motivações do personagem, em sua história e até torcemos por ele.

J.J. Abrams fez o filme de Star Trek com mais ação. A correria não para em momento nenhum e a edição contribui muito para isso. O 3D é excelente, um dos melhores que já vi. Há cenas com objetos vindo em nossa direção, algumas em que a profundidade dá a sensação de imensidão que um filme no espaço necessita e outras em que o 3D apenas compõe a cena, como é o caso dos tão presentes flares - eles enchem as cenas mais bonitas e saltam da tela várias vezes.

Além da Escuridão - Star Trek é um excelente filme para quem quer começar a ver as histórias de Kirk, Spock e cia, para quem já acompanha desde 2009 e, principalmente, para os fãs de toda a história que Gene Roddenberry criou há mais de 45 anos. Referências não faltam. Desde o grande mistério do filme até os pingos, planeta classe M, nave do Mudd, Klingons, miniaturas... São tantas referências que algumas até passam despercebidas. Mas o mais importante é que o filme respeita a série original, continua perfeitamente a história do novo arco do reboot e nos deixa com vontade de mais. Muito mais.

Uma pena J.J. Abrams estar deixando a direção. Ficaremos na torcida para que ele tenha o mesmo sucesso com o seu novo projeto. Nada menos do que o novo Star Wars. Vida longa e próspera para o "nerd-dono-do-espaço".












segunda-feira, 29 de abril de 2013

Eu sou o Homem de Ferro

O que você faria se quase fosse engolido por um "buraco de minhoca"? Ou se quase fosse morto por alienígenas com tecnologia super avançada e que ninguém sabe de aonde veio? Muitos não saberiam o que fazer. Tony Stark escolheu passar os dias criando e aperfeiçoando novas armaduras para proteger os que ama. Essa é a premissa que nos apresenta à Homem de Ferro 3, nova aventura do bilionário-ecêntrico-filantropo, que agora é dirigida por Shane Black (Beijos e Tiros e os roteiros da série Máquina Mortífera).

Enquanto Tony se isola, o mundo conhece um novo terrorista, Mandarim. O vilão invade redes de TV para mostrar seus atentados e desfere ataques verbais aos Estados Unidos. Quando uma dessas explosões atinge o solo americano e fere gravemente alguém próximo a Stark, o Homem de Ferro age impulsivamente, mas não é páreo para a retaliação. Com sua armadura destruída, Tony começa uma jornada atrás dos responsáveis pelos ataques.

O novo Homem de Ferro tem uma temática bem diferente dos anteriores. A mitologia já está construída, o mundo sabe que existem seres poderosos e que alguns lutaram ao nosso lado. Dessa forma o filme não se prende a mostrar ou ter momentos que criem esse universo. Na verdade os Vingadores são apenas citados como no caso  de "o homem do martelo". Mas tudo meio que está lá. Informações sigilosas são carregadas do banco de dados da S.H.I.E.L.D., por exemplo.

Homem de Ferro 3 é bem melhor que o seu antecessor, mas não alcança o nível do primeiro filme. Há momentos inspirados como os diálogos e as cenas de ação. As cenas da destruição da mansão de Stark e da queda do Força Aérea Um são sensacionais. Outra coisa que impressiona são os movimentos da armadura. Se o voo do primeiro filme e a mala-armadura do segundo eram sensacionais e a armadura que vestia Tony no ar em Os Vingadores era de tirar o fôlego, aqui a nova Mark 42 é um personagem do filme. A roupa quase tem vida própria e proporciona algumas das melhores cenas do filme.

Outro destaque fica para Ben Kingsley, fazendo uma excelente versão do Mandarim (ok, ela pode incomodar e muito os fãs das HQs, mas isso aqui é cinema). O vilão traz para o blockbuster debates como a criação da imagem de terroristas pela mídia e o pânico causado pelas mesmas (alguém ouviu falar sobre algo como uma caçada em Boston?).

Entretanto o filme tem alguns furos no roteiro e algumas piadas excessivas. Só para exemplificar (sem spoilers): os caras mudam completamente o rumo que organização dos Dez Anéis tinha no primeiro filme. Além disso, toda cena importante tem que terminar com uma piada. Talvez seja uma exigência da Marvel para os filmes ficarem leves. Talvez um cacoete do diretor, que já mostrou seu lado "cômico" em outros filmes. Mas a verdade é que em alguns momentos elas não soam naturais como no primeiro Homem de Ferro. Só um exemplo: no final do filme, Tony acabou de sofrer um baque e na cena seguinte faz uma gracinha. As vezes até o maior dos fanfarrões tem que agir seriamente.

Algumas dessas situações incomodaram, mas não deixaram de tornar Homem de Ferro 3 uma ótima diversão. No final das contas e nas palavras finais do filme temos a certeza de que grande parte dessa diversão tem um nome: Robert Downey Jr.. É impressionante como não há como imaginar Tony Stark sem o jeito ou as expressões de Robert. Não sabemos se Tony é o Robert ou se Robert é parecido com Stark. Só o que sabemos é que eles são o Homem de Ferro.

Ps.: Fiquem até o final. A cena pós-crédito é, mais uma vez, diferente do que já foi feito até agora nos filmes da Marvel, mas não deixa de ser ótima. E os créditos finais são excelentes. Uma mistura de Os Incríveis com séries de ação dos anos 1980.













segunda-feira, 22 de abril de 2013

Um bom mais do mesmo

ATENÇÃO: este filme pode conter altas doses de patriotismo, american way of life e tudo o que os "politizados" mais detestam.

Quase uma semana após os atentados na maratona de Boston fui assistir ao filme Invasão à Casa Branca (Olympus Has Fallen, 2013), dirigido por Antoine Fuqua. A história do filme é batida, mas há elementos que expõem a paranoia norte-americana com o terrorismo. Na trama, Gerard Butler interpreta um agente do serviço secreto que depois de um acidente envolvendo a família do presidente (Aaron Eckhart) é afastado e colocado em um escritório. Quando a capital americana é atacada por um grupo norte-coreano e a Casa Branca é tomada, Butler se torna a última esperança do país.

Nada mais atual que tensão entre Coreias, atentados em solo americano e americanos tendo orgulho de "atos heroicos" de seus oficiais. O filme é um desfile de patriotismo. Desde a dramática cena da bandeira sendo arremessada para fora da Casa Branca, até o momento em que a secretária de estado jura fidelidade aos Estados Unidos. Tudo no filme exalta a paixão do povo pelo seu país, o que acontece inclusive no momento em que um dos vilões se arrepende do que fez e joga a culpa em "um momento de loucura". Um dos melhores simbolismos do filme se dá quando o protagonista, sem mais nenhuma arma, utiliza um busto de Abraham Lincoln como arma para amassar a cabeça de um dos invasores.

O elenco do filme ainda tem nomes como Morgan Freeman, interpretando o conselheiro que assume a presidência e, diretamente do Pentágono, ajuda Butler. O vilão é interpretado por Rick Yune, acostumado com o tipo de personagem desde 007 - Um Novo Dia Para Morrer. Angela Bassett, e Melissa Leo interpretam a chefe e a esposa de Butler, respectivamente. Além de Ashley Judd que aparece rapidamente no filme como a primeira dama.

No geral, Invasão à Casa Branca é um bom filme de ação, mesmo que tenha os clichês e furos no roteiro de sempre. Muito se deve ao talento de Fuqua em filmar cenas tensas e de tiroteio, o que já pode ser visto em Dia de Treinamento (seu melhor filme até hoje) e Atirador (aquele com o Mark Whalberg). O filme mostra o quanto os Estados Unidos vive a beira de um ataque de pânico com as ameaças ao seu território. Essa ferida sempre esteve aberta. Foi arregaçada com os acontecimentos de 11 de setembro e cutucada mais uma vez com as explosões em Boston. Entretanto, pelo menos aqui, sempre haverá um último bravo a resistir e a lutar pela sua bandeira.

Ah, e se você gosta desse tipo de filme, espere até setembro para ver O Ataque, com Channing Tatum e Jamie Foxx. O filme é dirigido por Rolland Emmerich, que já fez Independence Day e 2012. A história é praticamente a mesma e sabemos o gosto do diretor pela destruição, principalmente pela casa do Obama.








terça-feira, 5 de março de 2013

Bruce Willis sendo Bruce Willis

A franquia Duro de Matar completa 25 anos em 2013. Os complicados dias de John McClane já foram comandados por diretores como John McTiernan, Renny Harlin e Len Wiseman. Já tiveram vilões interpretados por Alan Rickman, William Sadler, Jeremy Irons e Timothy Olyphant. Mas nenhum deles seria nada se não fosse o carisma de Bruce Willis. Aos 57 anos, o ator continua um dos maiores astros do cinema e talvez o melhor quando o assunto é ação.

O carisma de Willis e as boas cenas de ação fazem de Duro de Matar: Um Bom Dia para Morrer um capítulo legal da franquia. A história mostra John McClane viajando até a Rússia para tentar ajudar o filho que está preso e envolvido em uma trama que envolve um empresário do alto escalão. Para variar só um pouquinho, McClane não tem uma boa relação com o filho, interpretado por Jai Courtney.

Jai e os vilões não são coisas do outro mundo. O filho de McClane é um exemplo da nova geração de soldados e seus fuzis e aparelhos com a mais alta tecnologia. Courtney ainda tenta emular alguns traços de Willis, mas fica difícil chamar a atenção do espectador quando se está ao lado de um cara que faz a mesma coisa, e bem, há mais de 20 anos. Já os vilões russos não metem muito medo. Em uma franquia que já teve os irmãos Gruber, interpretados por Alan Rickman e Jeremy Irons, em sua história, tem que ser muito mal para superar. Mesmo assim, todos tem seus destaques e nenhum  deles compromete o filme.

No momento em que os filmes de ação seguem a cartilha do "estamos muito velhos para isso", de Os Mercenários e RED, e não se deixam levar a sério demais, Bruce Willis é o destaque entre todos. E as bilheterias estão confirmando isso. Um Bom Dia para Morrer tem feito muito mais dinheiro que os últimos filmes solo de outros astros de ação. Carismático e divertido, Willis, McClane e Duro de Matar ainda tem muito o que contar. Ou melhor explodir.

Yippee Ki-Yay, Motherfucker!