quarta-feira, 1 de abril de 2015

Esperando a sétima marcha - Velozes e Furiosos

O ano era 2001. Lembro de ir ao cinema e ver um cartaz branco com uns rostos desconhecidos, uns carros coloridos e um nome maneiro: Velozes e Furiosos. Como morava em uma cidade que não tinha cinema, minha oportunidade de assistir filmes na telona era só quando vinha ao Rio. Não consegui ver o filme na estreia, mas quando consegui assistir em DVD aquilo foi uma das coisas mais legais que tinha visto. Carros modificados, perseguições com veículos passando embaixo de carretas e a carranca de Vin Diesel. Em pouco tempo, uma onda de fotos e revistas sobre carros modificados começou a tomar o tempo dos moleques no recreio do colégio (e das aulas também). Todos eram especialistas em tunning, Sparco, NOS, carros rebaixados, neon, mas principalmente: todos queriam dirigir como Dominic Toretto e Brian O´Conner.


Quatorze anos depois, Velozes e Furiosos virou uma franquia, passando por uma transformação a cada filme, novos personagens e terá a estreia do seu sétimo filme. E quer saber? A história da “família” Toretto só tem melhorado e a expectativa para o novo capítulo é alta.

O primeiro filme foi um marco na cultura pop, trazendo a moda do tunning para fora dos pegas e corridas clandestinas. Na história, o policial infiltrado Brian O’Conner (Paul Walker) entra para a gangue de Dominic (Vin Diesel) para descobrir se o chefão dos rachas é o responsável por uma série de assaltos à carretas com equipamentos eletrônicos. No meio tempo Brian se apaixona por Mia (Jordana Brewster), irmã de Toretto, e pelo estilo de vida que o grupo leva. As cenas de perseguição são sensacionais e, as já mencionadas, ultrapassagens por baixo das carretas são de deixar o primeiro de muitos “WOW” da série.

Com o sucesso, a Universal tratou de correr atrás dos astros para a continuação “Mais Velozes, mais Furiosos” (2003). Sem Vin Diesel, que foi filmar “Triplo X” com o diretor de “Velozes”, Rob Cohen, e o segundo filme da trilogia Riddick, o filme buscou novos personagens para fazer companhia a O’Conner. Entra para a trama Tyrese Gibson e seu Roman Pearce, brutamontes marrento e cheio de gracinhas, além de Tej, interpretado por Ludacris. O filme empolga menos que o primeiro, inclusive nas cenas de ação.

Com a esfriada da sequência, muito atribuída pela ausência do agora grande astro de ação Vin Diesel, os produtores da série jogaram a série para o outro lado do mundo e adicionaram um novo elementos às corridas, o Drift. “Velozes e Furiosos: Desafio em Tóquio” (2006) é uma história com personagens novos, com o objetivo de reaproximar a franquia dos adolescentes e jovens que só querem sentar e assistir corridas, mulheres em trajes mínimos e no final tudo fica devidamente acertado. Na história, o adolescente problemático Sean Boswell (Lucas Black) é enviado pela mãe para morar com o pai na capital japonesa após mais uma passagem pela delegacia. Em 15 minutos no novo país, Sean já encontra novos companheiros de corrida, mas agora em pistas com curvas fechadas e que exigem do protagonista um conhecimento em drift. Mais um personagem é adicionado na série: Han (Sung Kang), morto em uma perseguição com o vilão do filme. Han será um elemento importante para o que está por vir. Mas como?

Já no início de “Velozes e Furiosos 4” (2009) temos a certeza de que a série mostrará o que os fãs queriam: a volta de Dominic Toretto e companhia. E quem está ao seu lado em um roubo de gasolina? Han. Sim, o personagem morto no filme anterior está de volta. Na trama, após a morte de Letty (Michelle Rodriguez) Dom se infiltra na gangue de um traficante para encontrar o assassino de sua amada. Ao mesmo tempo O´Conner, agora no FBI, também quer pegar o responsável pelo crime. Os personagens voltam a se encontrar e começa aqui a virada da franquia, deixando de ser apenas filmes de carro e corrida para produções de ação, missões em equipe e com uma linha do tempo estruturada, com ganchos para as próximas continuações. Mais alguns personagens são adicionados como a futura Mulher Maravilha, Gal Gadot, e os parceiros latinos Tego Calderon e Don Omar.


Nas duas produções seguintes, “Velozes e Furiosos 5: Operação Rio” (2011) e “Velozes e Furiosos 6” (2013), a franquia perde o medo de se assumir como filme de ação surreal, com carros pulando de pontes, roubando cofres inteiros, perseguindo tanques, entre outras cenas que só melhoram a cada novo capítulo. Junta-se a isso a reunião de todos os personagens já citados e ainda Dwayne Johnson, como o Agente Hobbs, que corre atrás dos Torettos e depois tem que formar aliança para capturar um terrorista que possui uma equipe semelhante a dos “mocinhos”. Mas a grande sacada do último filme é colocar a cena da morte de Han (falei que seria importante) como a ligação dos filmes com o terceiro, colocando-o como último filme da linha temporal e servindo de ponta solta para a sétima parte.

Infelizmente, durante a produção do último filme, Paul Walker morreu em um acidente de carro e o filme teve que ser paralisado. Vin Diesel e toda a equipe se reuniram com os irmão de Walker e contrataram a Weta Digital (O Senhor dos Anéis) para ajudar a colocar Brian nas últimas cenas que faltavam.

A expectativa em torno do filme é alta. Especialistas preveem que o filme será a maior bilheteria da franquia, batendo recordes para essa época do ano e figurando entre as grandes arrecadações da história. Mesmo que isso não ocorra, o sucesso de “Velozes e Furiosos” é a coroação do carisma de Vin Diesel e Paul Walker, numa franquia que após uma escapada na curva, engatou a quinta marcha, apertou a injeção de NOS e está explodindo meio mundo e criando um entretenimento de primeira qualidade.

Ah, o sétimo filme estreia dia 02 de abril e terá no elenco os já clássicos Vin Diesel, Paul Walker, Tyrese Gibson, Dwayne Johnson, Michelle Rodriguez, Ludacris, Jordana Brewster e Lucas Black, que ganharão a companhia de Jason Statham, Ronda Rousey, Tony Jaa, Djimon Hounsou e Kurt Russell.


Acho que até a galera de “Os Mercenários” pensaria duas vezes. 



Fast and Furious - Poster