Há algum tempo falei sobre Star
Trek contando como foi assistir ao reboot do J.J. Abrams em 2009. Se você
não viu, clique aqui para entender um pouco da expectativa de assistir Além
da Escuridão - Star Trek. O que já adianto de cara é que J.J. Abrams
acertou mais uma vez. E acertou em cheio. O novo filme é um dos melhores filmes
da saga.
Quando comecei a gostar de Star
Trek, a série clássica já havia se encerrado há, pelo menos, 25 anos.
Assisti muito às reprises na tv paga e, mesmo achando muito engraçado
aqueles cenários de papelão e borracha, a história de Kirk, Spock e McCoy eram
sensacionais. Das continuações, vi muitos episódios de A Nova Geração, alguns
de Deep Space Nine e pouquíssimos de Voyager e Enterprise. A verdade é que o
que mais me fez gostar de Star Trek foram os filmes.
E a mesma sensação que tive
quando vi pela primeira vez A Ira de Khan ou O Primeiro Contato, se repetiu nos
cinemas quando vi Star Trek e agora Além da Escuridão - Star Trek. É
impressionante como J.J. Abrams conseguiu trazer para o novo formato de cinema
as aventuras da Enterprise. A maior genialidade está na linha temporal que o
primeiro filme criou. É por causa dela, um dos maiores e melhores assuntos da
ficção científica, que o diretor pode contar da sua forma a trajetória dos
novos filmes.
Além da Escuridão começa com uma
missão em um planeta primitivo, em que os habitantes parecem uma mistura de
maias com tribos africanas, sob ameaça de um vulcão que está prestes a
proporcionar uma tragédia. Logo de cara, já vemos Kirk e McCoy correndo como
malucos, Spock no meio do vulcão e todo o elenco principal participando da
cena. Toda essa dinâmica é mais uma das grandes qualidades do novo filme.
Abrams e os roteiristas Alex Kurtzman, Roberto Orci, e Damon Lindelof, dão o
espaço necessário para que cada personagem se desenvolva e tenha o seu momento
na trama. Após os eventos no planeta, voltamos para a Terra e a Federação é
atacada por um terrorista chamado John Harrison. Após um dos ataques, Kirk se
habilita para caçar Harrison.
Mais uma vez o elenco está
sensacional. Chris Pine e Zachary Quinto estão cada vez mais à vontades
nos papéis de Kirk e Spock, respectivamente. A amizade e o conflito dos dois é
explorado ainda mais, já que o capitão é explosivo e age sem pensar, já o
vulcano utiliza toda a sua lógica e racionalidade. Spock tem mais espaço para a
ação e para mostrar porque é o personagem mais querido da história de Star
Trek. Quem volta a roubar a cena em muitos momentos, e é o meu personagem
favorito do reboot, é o McCoy de Karl Urban. Suas tiradas, a cara fechada e
seu jeito resmungão são sensacionais. John Cho e Anton Yelchin continuam ótimos
como Sulu e Chekov. A cena de Sulu como capitão da Enterprise é excelente.
Outros que ganham mais espaço no novo filme são Uhura e Scotty, que só
aparecera depois da metade do primeiro filme. Há ainda a inclusão de Alice Eve,
como Carol Marcus, e o "para sempre Robocop" Peter Weller, como
o Almirante Marcus.
Mas quem merece um parágrafo para
si é o novo vilão, que é interpretado por Benedict Cumberbatch. O inglês está
sensacional como John Harrison, personagem que esconde um mistério que pode
mudar o rumo da Federação e da própria Enterprise. É impressionante a postura
de Cumberbatch durante o filme. Em um determinado momento, acreditamos nas
motivações do personagem, em sua história e até torcemos por ele.
J.J. Abrams fez o filme de Star
Trek com mais ação. A correria não para em momento nenhum e a edição contribui muito para isso. O 3D é excelente, um dos melhores que já vi.
Há cenas com objetos vindo em nossa direção, algumas em que a profundidade dá
a sensação de imensidão que um filme no espaço necessita e outras em que o 3D
apenas compõe a cena, como é o caso dos tão presentes flares - eles
enchem as cenas mais bonitas e saltam da tela várias vezes.
Além da Escuridão - Star Trek é um excelente filme para quem quer começar a ver as
histórias de Kirk, Spock e cia, para quem já acompanha desde 2009 e,
principalmente, para os fãs de toda a história que Gene Roddenberry criou há
mais de 45 anos. Referências não faltam. Desde o grande mistério do filme até
os pingos, planeta classe M, nave do Mudd, Klingons, miniaturas... São tantas
referências que algumas até passam despercebidas. Mas o mais importante é que o
filme respeita a série original, continua perfeitamente a história do novo arco do reboot e nos deixa com vontade de
mais. Muito mais.
Uma pena J.J. Abrams estar deixando a direção. Ficaremos na torcida para que ele tenha o mesmo sucesso com o seu novo projeto. Nada menos do que o novo Star Wars. Vida longa e próspera para o "nerd-dono-do-espaço".
Uma pena J.J. Abrams estar deixando a direção. Ficaremos na torcida para que ele tenha o mesmo sucesso com o seu novo projeto. Nada menos do que o novo Star Wars. Vida longa e próspera para o "nerd-dono-do-espaço".