O que você faria se quase fosse engolido por um "buraco de minhoca"? Ou se quase fosse morto por alienígenas com tecnologia super avançada e que ninguém sabe de aonde veio? Muitos não saberiam o que fazer. Tony Stark escolheu passar os dias criando e aperfeiçoando novas armaduras para proteger os que ama. Essa é a premissa que nos apresenta à Homem de Ferro 3, nova aventura do bilionário-ecêntrico-filantropo, que agora é dirigida por Shane Black (Beijos e Tiros e os roteiros da série Máquina Mortífera).
Enquanto Tony se isola, o mundo conhece um novo terrorista, Mandarim. O vilão invade redes de TV para mostrar seus atentados e desfere ataques verbais aos Estados Unidos. Quando uma dessas explosões atinge o solo americano e fere gravemente alguém próximo a Stark, o Homem de Ferro age impulsivamente, mas não é páreo para a retaliação. Com sua armadura destruída, Tony começa uma jornada atrás dos responsáveis pelos ataques.
O novo Homem de Ferro tem uma temática bem diferente dos anteriores. A mitologia já está construída, o mundo sabe que existem seres poderosos e que alguns lutaram ao nosso lado. Dessa forma o filme não se prende a mostrar ou ter momentos que criem esse universo. Na verdade os Vingadores são apenas citados como no caso de "o homem do martelo". Mas tudo meio que está lá. Informações sigilosas são carregadas do banco de dados da S.H.I.E.L.D., por exemplo.
Homem de Ferro 3 é bem melhor que o seu antecessor, mas não alcança o nível do primeiro filme. Há momentos inspirados como os diálogos e as cenas de ação. As cenas da destruição da mansão de Stark e da queda do Força Aérea Um são sensacionais. Outra coisa que impressiona são os movimentos da armadura. Se o voo do primeiro filme e a mala-armadura do segundo eram sensacionais e a armadura que vestia Tony no ar em Os Vingadores era de tirar o fôlego, aqui a nova Mark 42 é um personagem do filme. A roupa quase tem vida própria e proporciona algumas das melhores cenas do filme.
Outro destaque fica para Ben Kingsley, fazendo uma excelente versão do Mandarim (ok, ela pode incomodar e muito os fãs das HQs, mas isso aqui é cinema). O vilão traz para o blockbuster debates como a criação da imagem de terroristas pela mídia e o pânico causado pelas mesmas (alguém ouviu falar sobre algo como uma caçada em Boston?).
Entretanto o filme tem alguns furos no roteiro e algumas piadas excessivas. Só para exemplificar (sem spoilers): os caras mudam completamente o rumo que organização dos Dez Anéis tinha no primeiro filme. Além disso, toda cena importante tem que terminar com uma piada. Talvez seja uma exigência da Marvel para os filmes ficarem leves. Talvez um cacoete do diretor, que já mostrou seu lado "cômico" em outros filmes. Mas a verdade é que em alguns momentos elas não soam naturais como no primeiro Homem de Ferro. Só um exemplo: no final do filme, Tony acabou de sofrer um baque e na cena seguinte faz uma gracinha. As vezes até o maior dos fanfarrões tem que agir seriamente.
Algumas dessas situações incomodaram, mas não deixaram de tornar Homem de Ferro 3 uma ótima diversão. No final das contas e nas palavras finais do filme temos a certeza de que grande parte dessa diversão tem um nome: Robert Downey Jr.. É impressionante como não há como imaginar Tony Stark sem o jeito ou as expressões de Robert. Não sabemos se Tony é o Robert ou se Robert é parecido com Stark. Só o que sabemos é que eles são o Homem de Ferro.
Ps.: Fiquem até o final. A cena pós-crédito é, mais uma vez, diferente do que já foi feito até agora nos filmes da Marvel, mas não deixa de ser ótima. E os créditos finais são excelentes. Uma mistura de Os Incríveis com séries de ação dos anos 1980.