segunda-feira, 29 de abril de 2013

Eu sou o Homem de Ferro

O que você faria se quase fosse engolido por um "buraco de minhoca"? Ou se quase fosse morto por alienígenas com tecnologia super avançada e que ninguém sabe de aonde veio? Muitos não saberiam o que fazer. Tony Stark escolheu passar os dias criando e aperfeiçoando novas armaduras para proteger os que ama. Essa é a premissa que nos apresenta à Homem de Ferro 3, nova aventura do bilionário-ecêntrico-filantropo, que agora é dirigida por Shane Black (Beijos e Tiros e os roteiros da série Máquina Mortífera).

Enquanto Tony se isola, o mundo conhece um novo terrorista, Mandarim. O vilão invade redes de TV para mostrar seus atentados e desfere ataques verbais aos Estados Unidos. Quando uma dessas explosões atinge o solo americano e fere gravemente alguém próximo a Stark, o Homem de Ferro age impulsivamente, mas não é páreo para a retaliação. Com sua armadura destruída, Tony começa uma jornada atrás dos responsáveis pelos ataques.

O novo Homem de Ferro tem uma temática bem diferente dos anteriores. A mitologia já está construída, o mundo sabe que existem seres poderosos e que alguns lutaram ao nosso lado. Dessa forma o filme não se prende a mostrar ou ter momentos que criem esse universo. Na verdade os Vingadores são apenas citados como no caso  de "o homem do martelo". Mas tudo meio que está lá. Informações sigilosas são carregadas do banco de dados da S.H.I.E.L.D., por exemplo.

Homem de Ferro 3 é bem melhor que o seu antecessor, mas não alcança o nível do primeiro filme. Há momentos inspirados como os diálogos e as cenas de ação. As cenas da destruição da mansão de Stark e da queda do Força Aérea Um são sensacionais. Outra coisa que impressiona são os movimentos da armadura. Se o voo do primeiro filme e a mala-armadura do segundo eram sensacionais e a armadura que vestia Tony no ar em Os Vingadores era de tirar o fôlego, aqui a nova Mark 42 é um personagem do filme. A roupa quase tem vida própria e proporciona algumas das melhores cenas do filme.

Outro destaque fica para Ben Kingsley, fazendo uma excelente versão do Mandarim (ok, ela pode incomodar e muito os fãs das HQs, mas isso aqui é cinema). O vilão traz para o blockbuster debates como a criação da imagem de terroristas pela mídia e o pânico causado pelas mesmas (alguém ouviu falar sobre algo como uma caçada em Boston?).

Entretanto o filme tem alguns furos no roteiro e algumas piadas excessivas. Só para exemplificar (sem spoilers): os caras mudam completamente o rumo que organização dos Dez Anéis tinha no primeiro filme. Além disso, toda cena importante tem que terminar com uma piada. Talvez seja uma exigência da Marvel para os filmes ficarem leves. Talvez um cacoete do diretor, que já mostrou seu lado "cômico" em outros filmes. Mas a verdade é que em alguns momentos elas não soam naturais como no primeiro Homem de Ferro. Só um exemplo: no final do filme, Tony acabou de sofrer um baque e na cena seguinte faz uma gracinha. As vezes até o maior dos fanfarrões tem que agir seriamente.

Algumas dessas situações incomodaram, mas não deixaram de tornar Homem de Ferro 3 uma ótima diversão. No final das contas e nas palavras finais do filme temos a certeza de que grande parte dessa diversão tem um nome: Robert Downey Jr.. É impressionante como não há como imaginar Tony Stark sem o jeito ou as expressões de Robert. Não sabemos se Tony é o Robert ou se Robert é parecido com Stark. Só o que sabemos é que eles são o Homem de Ferro.

Ps.: Fiquem até o final. A cena pós-crédito é, mais uma vez, diferente do que já foi feito até agora nos filmes da Marvel, mas não deixa de ser ótima. E os créditos finais são excelentes. Uma mistura de Os Incríveis com séries de ação dos anos 1980.













segunda-feira, 22 de abril de 2013

Um bom mais do mesmo

ATENÇÃO: este filme pode conter altas doses de patriotismo, american way of life e tudo o que os "politizados" mais detestam.

Quase uma semana após os atentados na maratona de Boston fui assistir ao filme Invasão à Casa Branca (Olympus Has Fallen, 2013), dirigido por Antoine Fuqua. A história do filme é batida, mas há elementos que expõem a paranoia norte-americana com o terrorismo. Na trama, Gerard Butler interpreta um agente do serviço secreto que depois de um acidente envolvendo a família do presidente (Aaron Eckhart) é afastado e colocado em um escritório. Quando a capital americana é atacada por um grupo norte-coreano e a Casa Branca é tomada, Butler se torna a última esperança do país.

Nada mais atual que tensão entre Coreias, atentados em solo americano e americanos tendo orgulho de "atos heroicos" de seus oficiais. O filme é um desfile de patriotismo. Desde a dramática cena da bandeira sendo arremessada para fora da Casa Branca, até o momento em que a secretária de estado jura fidelidade aos Estados Unidos. Tudo no filme exalta a paixão do povo pelo seu país, o que acontece inclusive no momento em que um dos vilões se arrepende do que fez e joga a culpa em "um momento de loucura". Um dos melhores simbolismos do filme se dá quando o protagonista, sem mais nenhuma arma, utiliza um busto de Abraham Lincoln como arma para amassar a cabeça de um dos invasores.

O elenco do filme ainda tem nomes como Morgan Freeman, interpretando o conselheiro que assume a presidência e, diretamente do Pentágono, ajuda Butler. O vilão é interpretado por Rick Yune, acostumado com o tipo de personagem desde 007 - Um Novo Dia Para Morrer. Angela Bassett, e Melissa Leo interpretam a chefe e a esposa de Butler, respectivamente. Além de Ashley Judd que aparece rapidamente no filme como a primeira dama.

No geral, Invasão à Casa Branca é um bom filme de ação, mesmo que tenha os clichês e furos no roteiro de sempre. Muito se deve ao talento de Fuqua em filmar cenas tensas e de tiroteio, o que já pode ser visto em Dia de Treinamento (seu melhor filme até hoje) e Atirador (aquele com o Mark Whalberg). O filme mostra o quanto os Estados Unidos vive a beira de um ataque de pânico com as ameaças ao seu território. Essa ferida sempre esteve aberta. Foi arregaçada com os acontecimentos de 11 de setembro e cutucada mais uma vez com as explosões em Boston. Entretanto, pelo menos aqui, sempre haverá um último bravo a resistir e a lutar pela sua bandeira.

Ah, e se você gosta desse tipo de filme, espere até setembro para ver O Ataque, com Channing Tatum e Jamie Foxx. O filme é dirigido por Rolland Emmerich, que já fez Independence Day e 2012. A história é praticamente a mesma e sabemos o gosto do diretor pela destruição, principalmente pela casa do Obama.